Sociedade | 14-12-2024 12:00

Praga de moscas em Muge afecta habitantes e comerciantes

Praga de moscas em Muge afecta habitantes e comerciantes
Rita Raposo é uma das moradoras mais prejudicadas pela praga de moscas em Muge

Muge tem sofrido com uma infestação de moscas sem explicação aparente que assolou a vila há mais de um mês. Câmara de Salvaterra de Magos agiu nas ruas onde houve reclamações. Estrume nos campos agrícolas e sol podem estar na origem da situação.

A vila de Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, foi invadida por uma praga de moscas há mais de um mês que tem condicionado a vida a moradores e comerciantes que se vêem obrigados a encostar a porta, pagar a empresas de desinfestação e realizar limpeza constante das superfícies. O MIRANTE esteve em Muge e confirmou a proliferação de insectos que, pela manhã e horas em que bate o sol, se “colam” aos faróis dos carros, fachadas e até à roupa estendida, como mostra a habitante Rita Raposo.
Rita Raposo mudou-se de Marinhais para Muge a 27 de Outubro e no próprio dia os sogros compraram-lhe uma raquete eléctrica para matar moscas. “Vivo no campo há oito anos, sei o que é quando estrumam as terras e aparecem algumas moscas, mas cheguei a ter mais de 50 moscas na casa-de-banho e 20 ou 30 no quarto”, afirma, revelando que um ou dois dias depois de se mudar sentiu o cheiro a estrume. A moradora foi quem trouxe o assunto a público nas redes sociais e passadas duas semanas ligou para a junta de freguesia e depois para a câmara, que agiu na quarta-feira, 4 de Dezembro. Foi efectuada uma desinfestação na Rua da Fonte Costa, onde mora Rita Raposo, e na rua que se segue, a Dom João V. A munícipe relata que gastou um “balúrdio” em produtos e nada resultava até o sogro lhe ter aparecido com um produto mais eficaz.
A situação acontece pela vila inteira e pode ser causada pelo estrumar dos campos agrícolas e pelo sol e temperaturas amenas que se registaram até ao final da semana passada. Quem tem saído prejudicado é também o emblemático restaurante de bifanas Silas, junto à Nacional 118. A proprietária, Dolores Martins, explica que têm o espaço devidamente equipado e sempre que não há clientes são utilizados produtos específicos para a restauração. Inclusive, tiveram uma intervenção de uma empresa que presta o serviço de combate a pragas. “O negócio tem sido prejudicado no sentido de ter aumentado a despesa e pelo facto de alguns clientes já terem reclamado”, lamenta a proprietária.
A menos de 100 metros, o Minimercado Madureira também é obrigado a encostar a porta e os clientes pensam que está fechado. Nuno Madureira diz que no Cartaxo, onde mora, “não tem moscas assim” e que não pode fazer muito mais para além de colocar um difusor, por causa da comida. Tem o estabelecimento há 14 anos e nunca viu um fenómeno destes, refere enquanto mostra fotografias do farol do carro e da casa de amigos.
Isabel Reis, que ajuda a amiga no Cantinho da Magda, mercearia na Rua da Glória, ao lado da Rua da Fonte Costa, confirma: “é para esquecer, é tentar não abrir a porta. Se for a uma qualquer rua onde o sol estiver a bater é tipo nuvem”. Mora perto da Casa Cadaval e “sempre houve moscas, mas nunca nada assim e ultimamente nem tem cheirado mal”. Em casa não se atreve a abrir a janela e sai pela garagem. Utiliza mata-moscas, fitas e sprays. “Não veio gelo este ano e estamos em Dezembro, terá origem na própria natureza”, supõe.

Município tomou medidas
O MIRANTE pediu esclarecimentos à Câmara de Salvaterra de Magos, que tomou medidas nas ruas das quais os moradores se queixaram, conforme nos diz o presidente Hélder Esménio, que solicitou também à GNR maior vigilância dos campos agrícolas para verificar se os adubos são tapados no prazo legal.

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