Autarcas do Médio Tejo saúdam possível implementação de uso civil do aeródromo de Tancos
Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo defende utilização civil e militar do aeródromo de Tancos. Exército não se opõe.
Os autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo saudaram a “anuência” do Exército às pretensões da região de implementar um uso civil no aeródromo militar de Tancos. “Foi com bastante agrado que os autarcas ouviram da parte do Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) que, de facto, o Exército nada tem a opor quanto à existência de um Aeródromo Civil em Tancos desde que se mantenham, como é óbvio, os requisitos operacionais de funcionamento da área militar”, disse à Lusa o secretário executivo da CIM Médio Tejo, Miguel Pombeiro.
No final de uma reunião com o CEME, general Mendes Ferrão, Miguel Pombeiro disse à Lusa ter sido com satisfação que os autarcas verificaram que o Exército “mantém a posição que já tinha sido transmitida nos estudos feitos anteriormente e que, acerca de dois anos, o próprio Ministério da Defesa tinha transmitido a anuência da utilização do aeródromo também para ter uma utilização civil”, além da militar. “Nesse contexto, nós vamos continuar a percorrer o caminho para que isso no futuro possa ser uma realidade”, declarou, tendo indicado que a decisão terá agora de passar para o foro político e que a CIM solicitou já audiências ao ministro da Defesa e ao ministro das Infraestruturas e Habitação.
Recentemente, o Exército referiu que também tem previstos projectos para o local, onde vai instalar uma unidade de helicópteros para apoio, protecção e resgate, por ser uma “infraestrutura que garante as maiores potencialidades ao desenvolvimento desta capacidade das forças terrestres e na qual está a haver investimentos para este fim há alguns anos”.
“A ambição da região nunca foi que o aeródromo passasse a ser exclusivamente civil, julgamos que é perfeitamente possível ter aqui uma utilização dual. Aliás, a própria infraestrutura de Tancos, com a porta de armas a Oeste, com todo aquele espaço vago que tem a Este e a inserção nas grandes vias da A23, convidam, de facto, a esta utilização dual”, notou o representante da CIM Médio Tejo.
A pretensão não é nova, tendo os autarcas da CIM aprovado em Janeiro de 2020, por unanimidade, uma moção que visava avançar para a elaboração dos estudos necessários à implementação de um aeroporto regional para uso civil e militar. Segundo Miguel Pombeiro, o investimento para a construção de um aeroporto regional no aeródromo militar de Tancos poderá rondar os 40 milhões de euros.