Sociedade | 20-12-2024 10:35

Pai filma-se a entrar em escola de Salvaterra de Magos para alegar falta de segurança

Pai filma-se a entrar em escola de Salvaterra de Magos para alegar falta de segurança
Foto – DR

Um encarregado de educação publicou um vídeo a entrar na Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos para alegar falta de segurança no estabelecimento de ensino. Directora do agrupamento de escolas afirma que o homem ignorou uma funcionária que o chamou, entrando pelo recinto escolar, e critica a conduta do também coordenador do Chega no concelho.

O encarregado de educação Samuel Patrício filmou-se a entrar na Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos, como se nada fosse, e publicou numa página pessoal nas redes sociais para alegar falta de segurança no estabelecimento de ensino. O também coordenador do Chega em Salvaterra de Magos tinha exposto o problema um dia antes em reunião de câmara e ficou a aguardar resposta do município, que solicitou explicações à directora do agrupamento.

Em resposta à vereadora com o pelouro da educação, Helena Neves (PS), a directora do Agrupamento de Escolas de Salvaterra de Magos, Maria Castela Lopes, escreve no e-mail citado pelo presidente da câmara, Hélder Esménio, em reunião do executivo, que a situação se reveste de “alguns contornos que o vídeo não revela”. A directora afirma que “o encarregado de educação entrou na escola sem esperar que a assistente o pudesse atender, pois como é visível no vídeo estava a atender uma criança”.

Maria Castela Lopes acrescenta que o encarregado de educação ignorou quando foi chamado pela assistente operacional, tendo sido interpelado junto ao pavilhão para preencher uma folha de registo. Maria Castela Lopes refere que se trata de uma “conduta inapropriada”, argumentando que “os alunos são o reflexo do que vêem na Internet” e o pai se filmou “sem autorização da escola”. Samuel Patrício alegou em reunião de câmara outros problemas de segurança no estabelecimento de ensino e Hélder Esménio recomendou que se dirigisse à GNR.

Samuel Patrício tem comparecido em todas as reuniões de câmara e tem dito também que “as crianças não querem almoçar na escola, as que querem é por necessidade”, embora os números mencionados pelo presidente Hélder Esménio demonstrem o contrário. Em Outubro de 2023 almoçaram na escola referida 4073 crianças, ao passo que em Outubro de 2024 se registavam 4812 crianças. Na Escola Básica de Marinhais comeram 3315 crianças há um ano e 3738 este ano. Em Outubro do ano passado comeram em Salvaterra de Magos sem escalão 2534 crianças e este ano 3160, representando as crianças sem escalão cerca de dois terços do total de alunos que almoçaram no refeitório.

Hélder Esménio reconhece, no entanto, que num universo de 20 mil refeições anuais servidas por refeitório, poderão haver queixas pontuais. O MIRANTE contactou a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Salvaterra de Magos em Outubro deste ano, após as queixas de Samuel Patrício sobre a qualidade da comida servida, mas nunca obteve resposta ou reclamações por outra via.

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