Sociedade | 21-12-2024 18:00
Ambientalistas e autarcas não querem construção de novo açude no Tejo
Movimento ProTejo e municípios de Vila Nova da Barquinha e de Constância dizem que construção de novo açude no rio Tejo poderá ter várias consequências ambientais, económicas, entre outras.
Os presidentes das Câmaras de Vila Nova da Barquinha e de Constância afirmam serem “contra a construção de um novo açude” no rio Tejo, junto àqueles municípios, alertando para os prejuízos que causaria em temos económicos, turísticos e ambientais. Questionado sobre o estudo para criação de um açude no Tejo, o presidente da Câmara de Constância disse à Lusa que “os benefícios que poderá trazer para a agricultura não compensam decerto os prejuízos que dela poderão advir”. Sérgio Oliveira referiu que a concretização da infraestrutura irá prejudicar o concelho “sob o ponto de vista ambiental, turístico, económico e patrimonial, pelo que a câmara deliberou por unanimidade “opor-se de forma veemente à localização indicada”, participando na consulta pública, e assume “recorrer a todos os mecanismos para que o mesmo não se concretize”.
Para Fernando Freire, presidente do município da Barquinha, “a construção do açude logo após confluência do Tejo com o rio Zêzere, mais precisamente a jusante da Ponte da Praia do Ribatejo, traduzir-se-á, numa primeira análise, em danos relevantes para o concelho”, disse, acrescentando que “o trilho Panorâmico do Tejo, recentemente inaugurado, ficará submerso a montante entre o Centro Náutico de Constância e a praia do Ribatejo, o desporto náutico deixará de ser exequível face à criação de um obstáculo no rio, verificar-se-ão impactos ambientais significativos na fauna, mormente na ascensão dos peixes migratórios, e não há quaisquer benefícios para a agricultura no nosso concelho desta infraestrutura”, enumerou.
O período de discussão pública para a construção do açude no rio Tejo, na zona definida como “Constância Norte”, abriu em 2 de Dezembro e decorre até 15 de Janeiro, no âmbito do Estudo da Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste.
O movimento ambientalista proTEJO também já se pronunciou sobre o estudo, apelando à participação dos cidadãos na consulta pública e alertando para as suas consequências. “Uma obra deste género terá com certeza impactos ecológicos graves, portanto, se o próprio açude de Abrantes [a montante] já tem impactos ecológicos na migração das espécies piscícolas e todas as espécies são afectadas por uma barreira no rio, este em Constância também o terá, num percurso que ainda não tinha açudes entre Constância e Abrantes”, disse Paulo Constantino, porta-voz do movimento.
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