Governo promete acabar com praga de jacintos no rio Sorraia
O Ministério do Ambiente vai avançar com um plano de intervenção no rio Sorraia, respondendo a uma antiga reivindicação das populações de Benavente e Coruche. A medida prevê a remoção de plantas invasoras, a renaturalização das margens e a reparação de pontes essenciais para a mobilidade.
O Ministério do Ambiente e da Energia anunciou na segunda semana de Dezembro que a intervenção no rio Sorraia vai ser uma realidade em 2025, uma medida que visa responder às exigências das populações e dos autarcas de Benavente e Coruche. O plano, que será coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), inclui a limpeza da praga de jacintos-de-água, a renaturalização das margens e a melhoria da conectividade ecológica e infraestrutural do curso de água.
Entre as medidas previstas está a utilização de uma ceifeira aquática, adquirida através do Fundo Ambiental pela Câmara de Águeda na condição de ser cedida a outros municípios, para a remoção de plantas invasoras. Serão também criadas equipas permanentes para monitorização contínua e gestão do ecossistema, numa aposta na sustentabilidade a longo prazo de modo a impedir o desenvolvimento da planta.
O Governo revela que, neste pacote que será na ordem dos sete milhões de euros (cinco milhões para o rio e outros dois milhões para as pontes), inclui-se a reparação das pontes da Escusa (Coruche) e do Rebolo (ligação entre a Fajarda e o Biscainho), que se encontram afectadas pela presença de vegetação invasora e pelo desgaste. Estas infraestruturas são cruciais para a mobilidade e segurança das populações da região. A intervenção insere-se na Estratégia Nacional de Reabilitação de Rios e Ribeiras, que tem como objectivo a valorização e recuperação da rede hidrográfica do país.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), lembra que para concretizar os cinco milhões de euros de investimento no rio, provenientes do programa operacional ou do Fundo Ambiental, é necessário fazer um projecto e depois lançar concurso, deixando transparecer algumas reticências quanto há sua execução já no próximo ano
Recorde-se, porém, que algumas acções pontuais de limpeza foram sendo realizadas ao longo dos últimos anos, embora sem sucesso na erradicação destes tapetes verdejantes de jacintos-de-água que cobrem os recursos hídricos. A praga cobriu metade rio Sorraia em 2019.
PCP e PSD reclamam louros
A concelhia de Benavente do PCP considera que a decisão do Governo de intervir no rio Sorraia confirma a justeza da sua denúncia, mas alerta que é preciso concretizar as soluções para um problema que, diz, tem sido sucessivamente adiado. O PCP recorda que as questões ambientais no rio Sorraia e a problemática dos jacintos ganharam visibilidade com as mobilizações populares de 2019 e 2020.
O PCP sublinha que o novo Governo PSD/CDS anunciou em Julho um plano de recuperação de rios no valor de 11 milhões de euros que, inicialmente, deixava o Sorraia de fora, situação que levou à sua denúncia pública e a acções na Assembleia da República. Após críticas, o Governo reuniu-se com os presidentes das câmaras de Benavente e Coruche, tendo posteriormente anunciado a inclusão do rio Sorraia no plano de intervenções.
Também em comunicado, o PSD de Benavente reivindicou um papel activo na sensibilização para a urgência da intervenção, acusando o PCP e o PS de inacção ao longo dos últimos anos. O PSD criticou ainda o PCP e o PS, acusando ambos de negligência e de aproveitamento político da situação. “Após anos de abandono por parte do PCP e do PS, é o PSD que está a devolver a esperança à população e a dar uma nova vida ao rio Sorraia”, sublinhou Luís Feitor, presidente da concelhia do PSD Benavente, em comunicado.