Médio Tejo afirma-se cada vez mais como a “região hidrogénio” do país
Projectos da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo no âmbito do hidrogénio têm tido efeito muito positivo na comunidade.
A Comunidade Intermunicipal (CIM) Médio Tejo avançou que obteve resultados “muito positivos” num projecto-piloto de uso de hidrogénio no transporte público de passageiros e defendeu a criação de uma cadeia de valor do hidrogénio. “O que a região precisa que aconteça é a criação desta cadeia de valor, em que uns produzem e outros consomem”, disse à Lusa o presidente da CIM Médio Tejo, tendo afirmado que o trabalho em curso passa por incentivar as empresas e a indústria a utilizar o hidrogénio como fonte de energia, assim como na área da mobilidade.
Numa conferência de imprensa conjunta com os principais parceiros da afirmação do Médio Tejo como região hidrogénio, a MédioTejo21 e a IrRADIARE, Manuel Jorge Valamatos afirmou que se está a trabalhar para que, no momento em que se comece a produzir hidrogénio, haja também quem o consuma. Depois de uma experiência muito positiva com um autocarro de passageiros movido a hidrogénio a circular no Médio Tejo, durante um ano, num projecto piloto de teste e de sensibilização às empresas e à comunidade, concluído em Novembro, o projecto continua, com parcerias internacionais, focado na criação de uma cadeia de valor.
“A concessionária de transportes do Médio Tejo está a fazer candidaturas para poder ter autocarros movidos a hidrogénio, assim como queremos que as empresas possam fazer candidaturas para adaptar as suas estruturas ao hidrogénio”, declarou Valamatos, tendo reiterado a importância da lógica da relação entre produção e consumo e o papel do hidrogénio enquanto fonte de energia alternativa aos combustíveis fósseis. O autarca lembrou que a região do Médio Tejo “foi reconhecida como região portuguesa do hidrogénio em 2017”, através do protocolo assinado com a então denominada FCH-JU, hoje Clean Hydrogen Partnership, “por serem reconhecidas as potencialidades desta região e o papel que o hidrogénio desempenha na descarbonização de vários sectores da economia”, em particular da indústria e dos transportes.
Segundo o presidente da CIM, “desde então tem-se vindo a trabalhar na definição de uma estratégia para a transição energética, assente na inovação e na criação de uma cadeia de valor do hidrogénio” no Médio Tejo. Um dos objectivos da conferência de imprensa, declarou, “é dar a conhecer que a CIM Médio Tejo, com os diversos parceiros, está a criar esta região de hidrogénio, para a qual procuram financiamento e investimento para os projectos de produção e para os projectos de consumo”.