Sociedade | 25-12-2024 12:00

Hélia Silva e Ana Almeida dedicam vinte horas semanais ao voluntariado em Alenquer

Hélia Silva e Ana Almeida dedicam vinte horas semanais ao voluntariado em Alenquer
Hélia Silva e Ana Maria Almeida dedicam parte do seu tempo ao voluntariado, em Alenquer

No âmbito do Dia Internacional do Voluntário, que se assinalou a 5 de Dezembro, O MIRANTE destaca o trabalho incansável de Hélia Silva e Ana Maria Almeida na antiga escola primária das Paredes, em Alenquer. As voluntárias dedicam 16 a 20 horas semanais à Irmandade de Santa Cruz e Passos, onde organizam roupas e artigos doados para apoiar famílias carenciadas da Área Metropolitana de Lisboa.

Às quartas-feiras, dezenas de pessoas e famílias deslocam-se até à antiga escola primária das Paredes, em Alenquer, para ir buscar roupas, louças e artigos que necessitam. São sobretudo imigrantes, provenientes de toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML), que recorrem ao serviço prestado pelas voluntárias da Irmandade de Santa Cruz e Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo de Alenquer.
Hélia Silva, 69 anos, dobra a roupa no balcão e pendura nos cabides. A roupa é organizada por tamanho, idade e sexo e conforme as pessoas vão entrando oferece-se para ajudar e pergunta o que precisam. Reformada, desde há três anos que faz voluntariado naquelas instalações. “Nunca pensei que tinha este trabalho todo. Hoje cheguei de manhã e só vou embora por volta das 17h00. As pessoas que vêm aqui levam roupa para a família toda, algumas vêm do Seixal. Temos muitos angolanos e moçambicanos que chegam a Portugal sem nada e precisam de tudo”, conta enquanto dobra mais uma camisola. A roupa que é doada pela comunidade chega a ser deixada durante a noite à porta das instalações. As voluntárias abrem os sacos e fazem a triagem dos artigos, não tendo mãos a medir.

Imigrantes são quem mais precisa de ajuda
Sem actividade profissional Ana Maria Almeida, 66 anos, faz voluntariado na irmandade entre 16 a 20 horas por semana. Na Misericórdia de Alenquer faz mais umas quantas horas a ajudar o próximo e explica que não pensa em mais nada a não ser nas pessoas. “Lembro-me de um casal brasileiro que precisava de loiça, mas tínhamos pouca coisa. Eu arrumei coisas minhas e dei-lhes directamente. Ela chorou e disse que se estivesse no Brasil nunca poderia ter isso. Aquilo mexeu comigo”, diz comovida ao recordar o episódio.
A avalanche de imigrantes que chegou a Portugal reflecte-se nas pessoas que recorrem à irmandade. Os portugueses são em menor número. A instituição tem um caderno onde as voluntárias apontam o nome das grávidas e a data prevista para o nascimento dos bebés. É elaborado um cabaz com roupa para grávida e à medida que os bebés vão crescendo são doadas banheiras e cadeiras para colmatar as faltas. “O voluntariado é bom e agradável para ajudar e eu não estou parada, faço o que posso de forma inconsciente. Aqui em Alenquer as pessoas são solidárias nas doações e telefonam quando têm coisas para dar”, diz Ana Maria Almeida.

Vice-provedor da Irmandade Santa Cruz e Passos, João Pedro

Instituição dá ajuda alimentar a 130 famílias

A Irmandade de Santa Cruz e Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo de Alenquer apoia com alimentos cerca de 130 famílias, ou seja, quase 400 pessoas, através de um protocolo que tem com a Câmara de Alenquer. Segundo o vice-provedor da instituição, João Pedro, os cabazes são dignos e levam carne, peixe, fruta, azeite e óleo. No Natal, a Junta de Alenquer comparticipa com as pernas de peru e uma instituição bancária com o bacalhau.
Para além da ajuda de empresas, a instituição tem parceria com o Banco Alimentar de Lisboa e recolhe alimentos em três supermercados. A irmandade faz recolha de alimentos através do Banco Alimentar e o Agrupamento de Escuteiros 513, de Alenquer, ajuda a instituição com a organização dos cabazes que são depois entregues às famílias.

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