Sociedade | 28-12-2024 07:00

Solidariedade em acção na Cáritas Paroquial de Benavente

Solidariedade em acção na Cáritas Paroquial de Benavente
José Luís Cunha, Leonor Parracho, Manuela Sousa e Maria Adelaide Baptista são alguns dos voluntários da Cáritas de Benavente

A Cáritas de Benavente distribui, em média, 80 cabazes alimentares todos os meses num território em que apoia famílias carenciadas de Benavente, Barrosa, Coutada Velha e Foros da Charneca. Voluntários são o motor e alma da instituição.

De coração aberto, os voluntários da Cáritas Paroquial de Benavente estão a trabalhar a todo o gás, a cada segunda-feira do ano, para garantir cabazes de alimentos ou sacos com roupa para entregar a famílias desfavorecidas da sua área de influência. A primeira escola pré-primária de Benavente é a casa da instituição. Um espaço onde é visível a meticulosa organização dos bens e que foi cedido pela Câmara de Benavente. O município tem sido um parceiro activo da instituição, como referiram a O MIRANTE.
A presidente da Cáritas Paroquial de Benavente, Leonor Parracho, traçou um retrato detalhado das actividades desenvolvidas pela instituição, que integra a estrutura da Igreja Católica e responde directamente à Diocese de Évora. A nível de território abrange Benavente, Barrosa, Foros da Charneca e Coutada Velha. A organização tem como foco principal o apoio social às famílias mais necessitadas, especialmente através da distribuição de bens alimentares e outros auxílios essenciais, como medicamentos, manuais escolares, próteses dentárias e apoio no pagamento de despesas como renda da casa, creche e actividades escolares, água, luz e gás.
Todos os meses, a cada segunda-feira, a Cáritas distribui uma média de 80 cabazes alimentares, um número que aumenta na época natalícia devido à maior procura e à tentativa de proporcionar uma ceia de Natal mais digna. “Neste mês damos sempre mais, porque há pessoas que não vêm nos outros meses e incluímos produtos que reforçam o cabaz como o bacalhau, broas, azeite, óleo, açúcar e farinha. É uma atenção especial que nem sempre conseguimos oferecer ao longo do ano”, explica Leonor Parracho, dizendo que “há muitas solicitações e é difícil dar resposta”. Os bens alimentares são obtidos, em grande parte, através do Banco Alimentar de Santarém, mas também por meio de doações e campanhas locais.
Uma das dificuldades logísticas enfrentadas pela Cáritas está relacionada com o transporte dos bens alimentares, mas que é colmatada graças ao apoio da Câmara de Benavente, que garante uma camioneta, mensalmente, para fazer o trajecto entre Santarém e a localidade.
A estrutura da Cáritas Paroquial de Benavente é composta por uma direcção de sete elementos, todos voluntários, liderada por Leonor Parracho (presidente desde 2016), com o apoio de Augusta Pedrosa (secretária), Paula Correia (tesoureira) e outros membros como Maria Adelaide Baptista (presidente da assembleia), Manuela Sousa, José Luís Cunha e António José Lima. A instituição conta ainda com diversos voluntários sem os quais não era possível garantir todo o funcionamento, pois há muito trabalho de bastidores.

O fenómeno da pobreza envergonhada
Outro desafio destacado por Leonor Parracho é o fenómeno da pobreza envergonhada, agravado pelas inúmeras opções onde gastar dinheiro e, como tal, é essencial uma gestão criteriosa das prioridades em cada orçamento familiar. “Preocupa-nos muito as pessoas que precisam de ajuda mas que não vêm até nós. Todos os casos que nos são indicados são acompanhados, mas não temos autoridade para bater à porta de quem não pede ajuda”, sublinha.
A instituição de solidariedade social também tem parcerias com organizações como a Entreajuda, em Lisboa, que nos meses de Abril e Outubro aprovisionam artigos de higiene e limpeza ou, noutro caso, com a Galp, que fornece vales de gás para as famílias necessitadas poderem levantar uma botija de gás gratuita.
Em termos de perfil de beneficiários, Leonor Parracho explica que há uma variedade de situações, desde famílias numerosas a idosos que vivem com reformas insuficientes ou que ajudam os filhos e os netos. No final do ano passado, e no princípio deste ano, registou-se um aumento significativo dos pedidos com a vinda de muitos imigrantes, principalmente do Brasil. “Entretanto, quando começam a trabalhar também deixam vir, por isso notou-se, nos últimos meses, um decréscimo dos pedidos de ajuda”, afirma.
Durante o Natal, a Cáritas reforça o apoio às famílias, mas também dedica atenção especial àquelas que vivem em situações de isolamento ou que enfrentam dificuldades inesperadas. Em todo o caso, nunca é entregue dinheiro. “São passadas requisições directamente para farmácias ou estabelecimentos comerciais e, depois, no final do mês somos nós que fazemos o pagamento”, esclarece.
A presidente reforça que a solidariedade da comunidade tem sido essencial. “Outra vertente importante é a colaboração com escolas locais, que promovem actividades de sensibilização e partilha entre os alunos. “As crianças vêm até à Cáritas trazer alimentos e brinquedos para perceberem que há outras realidades”, conta a presidente, reforçando a importância do trabalho conjunto com parceiros, voluntários e toda a comunidade.

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