Sociedade | 29-12-2024 10:00

Novo serviço de Anatomia Patológica no Hospital de Santarém marca pontos a nível nacional

Novo serviço de Anatomia Patológica no Hospital de Santarém marca pontos a nível nacional
Secretária de Estado da Gestão da Saúde inaugurou novo serviço no Hospital de Santarém

O serviço que é o único no distrito de Santarém há 35 anos tem agora condições para trabalhar para outras unidades, fortalecendo as parcerias no Serviço Nacional de Saúde, mas também podendo trabalhar para os sectores privado e social. Uma complementaridade que é defendida pela secretária de Estado da Gestão da Saúde, que inaugurou as novas instalações. A nova Anatomia Patológica é a primeira com rastreabilidade total.

O serviço de Anatomia Patológica no Hospital Distrital de Santarém é o primeiro do país que tem rastreabilidade, depois de inauguradas as novas instalações, que também vão albergar o gabinete médico-legal, que está previsto começar a funcionar em Janeiro. Um investimento de 2,8 milhões de euros inaugurado pela secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, que vê a modernização dos serviços hospitalares públicos também como uma oportunidade para se prestarem serviços a outras unidades do Serviço Nacional de Saúde, mas também dos sectores privado e social. A governante sublinhou que a saúde pública precisa de novas soluções, que passam pela complementaridade com os privados e as instituições de solidariedade social, porque “não conseguimos ter tudo, em todas as unidades, em todo o país”.
Agora, com a rastreabilidade total, as amostras recolhidas nos corpos humanos, importantes para se identificarem e estudarem doenças, sobretudo oncológicas, são identificadas por leitura óptica, num sistema digital, desde que é encaminhado para o laboratório, até à fase final. Apesar de as obras se terem iniciado no anterior Governo, parte das obras decorreram num novo formato desenvolvido com a criação desta nova secretaria de Estado que tem por missão gerir os investimentos e fazer com que os recursos sejam os mais eficientes. Nesse sentido, salienta Cristina Vaz Tomé, há uma estratégia de aproveitar todas as verbas disponíveis e de as aplicar de forma rápida, destacando que em oito meses se conseguiu triplicar a taxa de execução do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência.
O serviço no Hospital de Santarém é o único no distrito desde que foi criado em 1989 com um patologista e dois técnicos de diagnóstico, tendo actualmente cinco médicos e 12 técnicos. Agora, com instalações de excelência e dotado de modernos equipamentos tecnológicos, o serviço tem mais condições para fazer parcerias com a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, responsável pelos hospitais de Torres Novas, Tomar e Abrantes, sendo que já trabalha para a Unidade Local de Saúde do Oeste.
A secretária de Estado refere que não é possível aumentar muito mais o orçamento da Saúde, por isso, realça, o que é preciso é desenvolver estratégias para com o dinheiro disponível chegar a mais gente. Cristina Vaz Tomé sublinha que é preciso “garantir que o nosso dinheiro está a ser bem aplicado”, anunciando que a partir já do próximo ano vão ser abertos concursos anuais para médicos assistentes seniores, de modo a não se perder a idoneidade formativa e assim também reforçar a formação de novos especialistas. Por ano vão estar disponíveis 350 vagas. A governante informou ainda que nos cuidados de saúde primários estão a funcionar 20 unidades de saúde familiar tipo c, com condições mais vantajosas para os profissionais em zonas de menor população.
O presidente da Câmara de Santarém, João Leite, diz que há um grande desafio para o Governo, para as autarquias e organizações que é a de aplicar uma maior celeridade na execução dos projectos comunitários. O presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro, que também é presidente da Câmara de Almeirim, salienta que a falta de recursos humanos é um problema mundial, defendo que é preciso pagar mais a todas as equipas e que é preciso encontrar uma fórmula para fazer mais e criar condições para se fazer coisas diferenciadoras.

Oito mil quimioterapias, 7.500 pessoas operadas e 1.300 novos casos de cancro

A presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Lezíria, que engloba o Hospital de Santarém e os centros de saúde da sub-região, revelou que o hospital faz por ano cerca de oito mil sessões de quimioterapia e acompanha cerca de mil doentes oncológicos. Tatiana Silvestre anunciou ainda que em termos de cirurgias programadas foram operadas 7.500 pessoas. A administradora refere que é preciso fazer crescer o serviço de urgências, fazer uma nova unidade de cuidados intensivos e que a rede eléctrica do hospital já é insuficiente para as necessidades. Isabel Andrade, directora do serviço de Anatomia Patológica, informa que em 2023 houve cerca de 1.300 novos casos de cancro diagnosticados no Hospital de Santarém, dos quais 119 da próstata, 66 do pulmão e 173 do tubo digestivo.

Pedro Ribeiro sugere pólo de formação superior no Hospital de Santarém

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo sugeriu na inauguração do novo serviço de Anatomia Patológica, no Hospital de Santarém, que atendendo aos recursos e à proximidade com Lisboa, o hospital deve transformar-se num pólo de ensino superior na área da saúde. Pedro Ribeiro, que também é presidente da Câmara de Almeirim, disse no seu discurso na inauguração que já existem condições para implementar esta dinâmica que poderá fixar profissionais, dando conta da importância do Politécnico de Santarém para esta matéria, nomeadamente com a dinâmica da Escola Superior de Saúde.
Pedro Ribeiro referiu que esta pode ser uma medida para precaver o futuro, atendendo à necessidade de recursos humanos na saúde, que é um problema a nível mundial. Este assunto terá desenvolvimento na próxima edição de O MIRANTE.

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