Pais denunciam falta de condições da Escola Básica de Cheganças
Os encarregados de educação dos alunos da Escola Básica de Cheganças, em Alenquer, criticam a falta de condições do estabelecimento de ensino, agravada pela sobrelotação. Apesar da colocação de um telheiro, continua a chover na escola, o piso é escorregadio e as crianças ficam fechadas dentro das casas de banho. Pais já reportaram as situações à Câmara de Alenquer mas sentem-se ignorados.
Os pais e encarregados de educação das crianças que frequentam a Escola Básica de Cheganças queixam-se de falta de condições naquele estabelecimento de ensino e dizem que a Câmara de Alenquer desvaloriza as suas preocupações. A escola está dimensionada para pouco mais de 40 alunos, mas no início deste ano lectivo passou de 42 crianças para 84, algumas colocadas em Cheganças por falta de vagas em Alenquer.
A autarquia instalou quatro contentores de sala de aula e um módulo com casas de banho, mas os pais perceberam logo que a escola não estava preparada para receber os seus filhos no arranque do ano lectivo. “Quando viemos à reunião de pais percebemos que os nossos filhos não tinham oportunidade de ter uma apresentação em sala de aula com os pais e com a professora porque a escola ainda não estava pronta. Ficámos logo em alerta”, conta Ana Valente, que tem uma filha de seis anos a frequentar o primeiro ano naquele estabelecimento de ensino.
Com as primeiras chuvadas e sem telheiro, as crianças deslocavam-se à casa de banho de chapéu de chuva e alguns pais começaram a mandar mudas de roupa para a escola porque o piso que foi colocado, de cimento polido, é altamente escorregadio e propicio a quedas. Os alunos caem, ficam molhados e os pais, a trabalhar, sem poder acudir a estas situações.
Um grupo de pais, com apoio das professoras e da própria direcção da escola, fez um levantamento das necessidades e comunicou à Câmara de Alenquer. De acordo com os encarregados de educação, a autarquia limitou-se a responder por e-mail, mas sem qualquer tipo de acção concreta.
Telheiro deixa passar água e crianças ficam fechadas nas casas de banho
Em reunião de câmara, o presidente do município, Pedro Folgado (PS), relatou que houve um problema com a contratação da empresa para fazer o telheiro, mas que a obra não estava esquecida. Já os pais refutam a explicação e dizem que o projecto inicial não contemplava a colocação de telheiros.
No mês de Dezembro a câmara instalou uma espécie de telheiro na escola, mas os pais dizem que a estrutura não vai resolver o problema e que os alunos vão continuar a molhar-se. “Esta cobertura que colocaram é insuficiente e é um espaço pouco coberto que não permite as crianças terem actividades no exterior. O pavimento exterior é derrapante, formam-se poças de água e uma parte do terreno da escola ainda é em terra batida”, explica Micael Correia, que tem um filho de nove anos a frequentar a escola e que já expôs o problema em reunião pública do executivo. A escola tem ainda falta de equipamentos como projectores nas salas de aula e colunas para os computadores.
A câmara foi interpelada com o facto das crianças ficarem fechadas nas casas de banho e terem de sair por debaixo da porta. Além disso, a porta principal do contentor das casas de banho é muito pesada e tem de ficar aberta, mas com o vento às vezes fecha-se e as crianças correm o risco de ficar entaladas. “A resposta da vereadora foi que as crianças deviam ser ensinadas a abrir as portas das casas de banho. Isto é uma falta de envolvimento na parte da educação. Estamos a falar de duas salas e meia com crianças de seis anos. A forma como os contentores estão colocados não permite as auxiliares fazer vigilância da parte de trás, não conseguem ver os alunos. Isso aponta para perigo. E este telheiro basta olhar e ver que vai passar água e os miúdos a continuar a cair”, lamenta Ana Valente.