Sociedade | 13-01-2025 21:00

Estudo científico vai avaliar importância de pegadas de dinossáurios em Torres Novas

Estudo científico vai avaliar importância de pegadas de dinossáurios em Torres Novas
Pegadas de dinossáurios estão dispersas numa zona com 10.800 metros quadrados numa pedreira em Torres Novas. FOTO – CM Torres Novas

Uma descoberta com vinte anos foi tornada pública recentemente e ficou a saber-se que no concelho de Torres Novas há mais uma jazida paleontológica com trilhos de pegadas de dinossáurios, encontrados numa pedreira desactivada.

Várias entidades comprometeram-se a estudar e a preservar as pegadas de dinossáurios descobertas há 20 anos numa pedreira desactivada em Pedrógão, concelho de Torres Novas, e tornadas públicas no final de Dezembro. A jazida paleontológica, na Serra de Aire, foi identificada por João Carvalho, da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, e os trilhos de pegadas de dinossáurios localizam-se na Pedreira do Espanhol.
Os trilhos encontram-se dispersos numa área com cerca de 10.800 metros quadrados, num estrato calcário datado do Jurássico Médio. “Em primeiro lugar, o que temos de fazer é haver um estudo científico que valide a importância desta laje e das pegadas que aqui existem, esse é o primeiro passo”, afirmou à agência Lusa o director regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Rui Pombo.
O responsável do ICNF acrescentou que, além do estudo, é importante que a comunidade científica também indique qual a melhor forma para preservar o achado. Quanto à promoção da visitação, esta deve ser “cuidada, sustentada, adequada, regrada”. Neste aspecto, Rui Pombo apontou a possibilidade de ter “um espaço de visitação diferente”, natural, “sem o artificializar” para uma visitação mais massiva, e complementar à Pedreira do Galinha, hoje Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém – Torres Novas, do qual dista seis quilómetros em linha recta.
Questionado se há verba para concretizar este trabalho, respondeu positivamente. “Conseguiremos, seguramente, encontrar esse dinheiro, designadamente no âmbito daquilo que é a Comissão de Cogestão do Parque Natural”, afiançou, notando que, nos últimos quatro anos, na Jazida com Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios (Santarém) e na Pedreira do Galinha foram investidos quase um milhão de euros, ao nível da geoconservação, condições de visitação e material didáctico.

Património deve ser classificado
Já o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, salientou a “necessidade absoluta de classificação” do espaço, garantindo que, “de todas as maneiras, a câmara municipal irá acompanhar e ajudar a preservar”. Por outro lado, o autarca admitiu que esta descoberta “irá, de uma forma directa ou indirecta, acabar por ficar ligada” ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém – Torres Novas, onde, desde a descoberta, em 1994, o município sempre acompanhou “com muito empenho” os trabalhos desenvolvidos.
O vice-presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, José Alho, referiu que o achado “será muito importante no sentido de acrescentar valor ao que já existe no domínio da paleontologia” nesta região. Já o presidente da Comissão de Cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Rui Anastácio, afirmou que o achado é mais um ponto de interesse, que deve ser promovido e divulgado para trazer valor ao território, enquanto o docente da Universidade de Évora Luís Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Geólogos, realçou a importância da descoberta para a geologia.
O geólogo Galopim da Carvalho, que já visitou o local, fez chegar uma mensagem na qual declarou que o achado, embora sem a monumentalidade da jazida da Pedreira do Galinha, “é mais um elemento importante a acrescentar ao já notável património geológico e paleontológico do PNSAC”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1698
    08-01-2025
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1698
    08-01-2025
    Capa Lezíria/Médio Tejo