Já há luz verde para reunião entre autarca de Arruda dos Vinhos e director do SNS
Em causa a polémica mudança de utentes do centro de saúde de Arranhó para Arruda dos Vinhos, comunicada na última semana pela Unidade Local de Saúde Estuário do Tejo.
O presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, o socialista Carlos Alves e o director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d’Almeida, vão reunir-se esta semana, já depois do fecho desta edição de O MIRANTE, a propósito da polémica transferência dos utentes do centro de saúde de Arranhó para a ULS Lusitano, em Arruda dos Vinhos.
Uma mudança que, recorde-se, obriga a população a ter de se deslocar 10 quilómetros para poder ser atendida e que foi comunicada na véspera de ano novo pelo responsável da Unidade Local de Saúde Estuário do Tejo (ULS), Carlos Andrade Costa, ao presidente da câmara, Carlos Alves. “Já houve desenvolvimentos nesse pedido de reunião e ela será levada a cabo esta semana”, informou Carlos Alves, que promete levar o descontentamento da comunidade ao director executivo do SNS, a quem vai também pedir que a medida seja revertida.
Não apenas isso como o autarca também já pediu uma reunião com a administração de Carlos Andrade Costa, tendo em vista levar a esse responsável o descontentamento das populações. “Não abdicamos do nosso compromisso de salvaguardar os direitos da população. Queremos para o centro de saúde de Arranhó serviços médicos equivalentes a quem muda para Arruda dos Vinhos. Estaremos sempre na defesa dos reais interesses da população”, promete o autarca.
A mudança de utentes, recorde-se, deu polémica na comunidade depois da ULS Estuário do Tejo ter informado que os utentes inscritos na unidade de saúde de Arranhó passariam a partir de Janeiro a ser atendidos por uma nova equipa de saúde na USF de Arruda dos Vinhos, a dez quilómetros de distância. Situação que, aliada a uma população envelhecida e mal servida de transportes públicos, está a gerar forte contestação.
Também os autarcas não gostaram de a ver implementada. Além de Carlos Alves, que criticou a forma “atabalhoada” como o processo foi conduzido, também o presidente da Junta de Freguesia de Arranhó lamentou a situação, dizendo que a decisão "não faz qualquer sentido”.
Perante as críticas das gentes de Arranhó o organismo presidido por Carlos Andrade Costa preferiu destacar a melhor capacidade de resposta à comunidade e nas suas redes sociais a ULS Estuário do Tejo considerou mesmo estar a haver “uma forte adesão da população” à ideia de mudança de centro de saúde, mesmo quando vários moradores e autarcas garantem que não estava a ser dada hipótese de escolha aos utentes nos contactos que a ULS estava a realizar telefonicamente.