Sociedade | 15-01-2025 15:00
Prestar contas e repensar formação nos seminários discutidos em Fátima
Segundo o bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, é preciso “continuar a caminhar juntos, a programar juntos, a sonhar juntos, também a corrigir juntos”, com transparência, corresponsabilidade e responsabilização.
A prestação de contas em todos os sectores da Igreja e a necessidade de repensar os modelos de formação nos seminários foram duas das propostas apresentadas num encontro nacional da Igreja Católica, em Fátima. O Encontro Sinodal nacional, promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), juntou 300 participantes, entre bispos, padres, religiosas e leigos, para reflectir sobre o documento final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e a sua aplicação nas comunidades.
Entre as propostas estão, também, a criação de hábitos de avaliação sistemáticos nas comunidades, o apoio e acompanhamento aos movimentos laicais da Igreja e a dinamização dos conselhos pastorais paroquiais, que devem ser representativos, inclusivos e participativos. Formar para uma liderança partilhada, próxima e criativa a todos os níveis e vocações, e inovar na formação e nas actividades, com linguagem e ferramentas actuais, foram outras das propostas apresentas pelos grupos de trabalho.
Aos jornalistas, o presidente da CEP, José Ornelas, afirmou que o encontro foi “um bom momento” e “significa que este caminho, que parecia para alguns não ter futuro, é um futuro”. Questionado se teme que fique na prateleira o documento final, intitulado “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão”, o bispo da Diocese de Leiria-Fátima contrapôs que “está a fazer caminho”. O presidente da CEP assinalou que “há muita gente a sonhar uma Igreja melhor desde há muito e que este é um caminho de reunir esses sonhos” e de se construir “algo a partir deles”.
À pergunta sobre o que fazer em paróquias onde os padres activamente boicotam as perspectivas sinodais, o bispo admitiu que “na Igreja, no seu conjunto, há sempre reações, sempre houve”. José Ornelas afirmou ainda que “o Papa dizia ‘mal seria se isto não causasse também alguma reação contrária, porque quer dizer que não estava a tocar nas feridas’”. “Não construímos uma Igreja contra ninguém e procuramos é que todos percebam que este é caminho”, salientou o presidente da CEP.
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