Sociedade | 17-01-2025 12:00

Fabrióleo foi desactivada mas continua a poluir Ribeira da Boa Água

Fabrióleo foi desactivada mas continua a poluir Ribeira da Boa Água
O movimento Basta tem denunciado os episódios de poluição na ribeira da Boa Água

Foi registado novo episódio de poluição na ribeira junto à antiga Fabrióleo, no concelho de Torres Novas. A linha de água voltou a ficar coberta de lamas provenientes da desactivada fábrica de óleos. Problema não é novo e adivinhava-se que continuasse com a paragem dos trabalhos de remoção dos resíduos perigosos por falta de verba.

O leito da ribeira da Boa Água, junto à antiga fábrica Fabrióleo, em Carreiro da Areia, no concelho de Torres Novas, voltou a apresentar sinais de poluição, nomeadamente lamas acinzentadas, provenientes de escorrências das lagoas da antiga fábrica de óleos usados. A denúncia foi feita pelo movimento Basta, que captou imagens a comprovar os focos de poluição, após uma visita de alguns dos seus elementos à Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da Fabrióleo.
“Fomos surpreendidos com a continuação de resíduos perigosos vertidos no leito da ribeira e a infiltrarem-se no solo”, denunciou o movimento criado para “combater os crimes ambientais em Carreiro de Areia”, sublinhando o facto de os trabalhos de remoção de resíduos estarem parados e questionando de quem é agora a responsabilidade pela poluição que continua a verificar-se.
Os problemas de poluição na Ribeira da Boa Água não são novos e já se adivinhava que continuassem, e até se intensificassem, com a paragem dos trabalhos de remoção dos resíduos perigosos que ainda permanecem na antiga fábrica, mandada encerrar em 2018 pelo IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação. Isto porque, tal como alertou em entrevista a O MIRANTE o vereador do Ambiente na Câmara de Torres Novas, João Trindade, as lagoas estão cheias e quando chove a água acaba por provocar derrames para a linha de água.

Dinheiro não chegou para remover todos os resíduos
A Câmara de Torres Novas, responsável por acompanhar e adjudicar os trabalhos de remoção, recolha, transporte e tratamento de resíduos perigosos da Fabrióleo, recorde-se, esgotou a verba de 745 mil euros disponibilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através do Fundo Ambiental, sem que os trabalhos tenham ficado concluídos. Em causa estiveram as medições feitas pela APA para apurar a quantidade de passivo ambiental a remover que, afinal, se revelaram erradas, com a quantidade de resíduos a ser superior ao calculado.
Segundo o vereador do Ambiente foram recolhidos efluentes dos tanques um, dois e três na totalidade, e parcialmente no tanque número quatro, num total de 3.036 toneladas, até se esgotar a verba disponibilizada. Já por prever essa situação, a Câmara de Torres Novas, presidida por Pedro Ferreira (PS), tinha pedido à APA um valor adicional de 636 mil euros para poder concluir a operação de remoção de resíduos, mas ao que se sabe não houve ainda resposta por parte dessa entidade estatal.
A APA, recorde-se, assinou em Março de 2023 um protocolo com a autarquia para retirar os resíduos perigosos da Fabrióleo, unidade industrial entretanto parcialmente desmantelada. No âmbito do protocolo estava a remoção e encaminhamento dos resíduos para “destino final adequado”, minimizando-se os danos da sua permanência “nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, solo e população” do concelho.

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