População da Chamusca desconfiada com obras no emblemático Jardim do Coreto

Têm sido muitas as críticas da população às obras de requalificação urbana da vila que tinham prazo para acabar no final de 2023. Intervenções no emblemático Jardim do Coreto marcam fase final da empreitada mas muitos munícipes estão desconfiados em relação ao resultado final dos trabalhos.
As obras de requalificação e regeneração urbana da vila da Chamusca eram para estar prontas há cerca de um ano, mas continuam a dar que falar entre os habitantes da Terra Branca. Com o início da empreitada de requalificação do Jardim da República, conhecido popularmente como Jardim do Coreto, muitas dúvidas se levantaram entre os munícipes, que temem o resultado final dos trabalhos e a possibilidade do emblemático espaço ficar desvirtuado em relação ao que era.
Nas redes sociais multiplicam-se os comentários depois dos responsáveis pela obra terem vedado o jardim com uma cerca. “Qualquer dia quero ir a minha casa e ela já não estará lá ou não sei como irei para a minha rua com tanta modificação”; “Os crimes urbanos continuam”; “Esperamos que desta aparente prisão, saia uma alegre liberdade”, são alguns dos comentários que se podem ler nas redes sociais.
Entretanto, o município publicou um comunicado a explicar que o Jardim do Coreto vai ser “reabilitado, preservando a sua forma de calçadinha portuguesa miúda de basalto e calcário, sem perder a sua identidade”. A autarquia diz que o espaço apresenta vários problemas estruturais. Um das alterações será a substituição das árvores, que o município diz estarem em risco de queda. O lancil central e a área de relvado serão rebaixados, segundo informa a autarquia. O Coreto será requalificado, com pintura e conservação das suas componentes.
Esta fase da requalificação urbana da vila da Chamusca vai envolver um investimento de cerca de 150 mil euros e abrange o Largo João de Deus (Jardim do Coreto) e as ruas Marques de Carvalho, Almirante Gago Coutinho, Miguel Bombarda, Ruy Gomes da Silva e Engº José Belard da Fonseca.
Obras derraparam no tempo e deram que falar
As obras de requalificação urbana da Chamusca custaram muitos milhões de euros aos cofres da câmara, mas continuam sem gerar consenso entre a população. Há casos objectivos em que a população diz sentir-se lesada pelas empreitadas que decorrem há quase dois anos. Em Outubro de 2023, O MIRANTE esteve com moradores e comerciantes da Rua General Humberto Delgado, uma das artérias que liga à estrada principal que atravessa a Chamusca, que se mostraram indignados por causa das várias inundações que sofreram devido às obras. No mês anterior, na Assembleia Municipal da Chamusca, a família proprietária da Farmácia Joaquim Maria Cabeça, situada junto ao Jardim do Coreto, partilhou os seus anseios sobre as possíveis consequências das obras na prestação do serviço à população, que dura há mais de um século, e apresentou algumas soluções que gostava de ver implicadas no projecto. Também uma mãe de dois filhos, um deles com cinco meses, que precisou de ir à delegação da Segurança Social da Chamusca, queixou-se a O MIRANTE das dificuldades que teve para entrar no edifício devido às obras.
Outra das críticas apontadas tem que ver com o prazo de execução das obras e a falta de cumprimento do mesmo. O presidente do município, o socialista Paulo Queimado, prometeu vezes sem conta a conclusão das obras até Dezembro de 2023, mas já vamos em 2025 e ainda decorrem os trabalhos.
