Associação de Apoio às Vítimas da Legionella promete continuar a lutar por justiça

Os novos órgãos sociais da Associação de Apoio às Vítimas da Legionella tomaram posse a 12 de Janeiro, no Forte da Casa. Raul Lopes, um dos primeiros infectados pelo surto de 2014, assumiu a presidência para os próximos dois anos. A associação continua a lutar por justiça, apesar das dificuldades em mobilizar os associados.
Os novos órgãos sociais da Associação de Apoio às Vítimas da Legionella tomaram posse no domingo, 12 de Janeiro, na sede da associação, no Forte da Casa. Raul Lopes, um dos primeiros infectados pelo surto de legionella que aconteceu há mais de dez anos no concelho de Vila Franca de Xira, foi eleito presidente no dia 30 de Novembro e tomou agora posse para os próximos dois anos.
Raul Lopes reside em Lisboa, mas foi um dos primeiros infectados pela bactéria quando circulava na auto-estrada A1. “Eu não perdi a esperança e acredito na justiça, mesmo que demore. Espero que seja célere e que o caso se resolva em breve. O processo está nas mãos dos advogados”, disse a O MIRANTE.
A associação cada vez tem mais dificuldade em mobilizar os associados e constituir órgãos sociais, tendo em conta o tempo que já passou desde o surto. Maria Manuela, tesoureira, convocou os associados para a assembleia-geral de domingo, que decorreu após a tomada de posse, mas poucos compareceram. “As pessoas cada vez menos acreditam na justiça. Pode ser que nestes dois próximos dois anos o processo fique resolvido”, reiterou.
Recorde-se que o surto de legionella de Novembro de 2014 afectou, sobretudo, as freguesias de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, causou 12 mortes e infectou mais de 400 pessoas. No entanto, o Ministério Público só conseguiu provar o nexo de causalidade em 73 pessoas e em oito das 12 vítimas mortais.
Em Março de 2017, o tribunal deduziu acusação contra as empresas ADP e General Electric e outros sete arguidos por responsabilidades no surto. As empresas arguidas chegaram a acordo com 73 vítimas e evitaram assim ir a julgamento.
Cerca de três centenas de sócios passaram uma procuração à advogada da associação, Sara Machado, que ficou com o processo depois da saída de Ana Severino. O processo contra o Estado está parado no Tribunal Administrativo, mas a associação já disse que vai até ao fim. E caso se esgotem os recursos em Portugal, se for necessário, vão recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.