Sociedade | 19-01-2025 18:00

Autarcas e ambientalistas contra novo açude no Tejo

Autarcas e ambientalistas contra novo açude no Tejo
A ser construído, o novo açude no rio Tejo ficará na zona de Constância Norte

Consulta pública sobre construção de novo açude no rio Tejo, na zona de Constância, termina a 28 de Fevereiro. Movimento ambientalista e autarcas continuam a discordar da medida e reiteram os impactos negativos que a construção do novo açude implica.

O Movimento proTEJO apelou aos cidadãos para aderirem ao seu parecer “Discordância” para a construção de um novo açude no rio Tejo, em Constância Norte, que está em consulta pública até 28 de Fevereiro. Em comunicado, o proTEJO refere que o parecer “Discordância”, ao estudo de ‘Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste’, “justifica-se pelos graves danos ecológicos que o novo açude irá exercer sobre os ecossistemas das bacias do rio Zêzere e rio Tejo, em incumprimento das Directivas Quadro da Água, Aves e Habitats, e da Estratégia para a Biodiversidade 2030 da União Europeia”. Segundo o parecer, o novo açude também irá causar “danos económicos, sociais, patrimoniais e de paisagem cultural que afectarão as populações ribeirinhas dos concelhos de Vila Nova da Barquinha e Constância”, acrescentou o proTEJO.
De acordo com as informações divulgadas no portal Participa, o estudo ‘Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste’ compreende “o aproveitamento hidroagrícola, as disponibilidades em solo e água, e as suas concepções técnicas, adaptadas, equitativas e economicamente e ambientalmente sustentáveis”. O documento destaca “a questão dos fins múltiplos, a produção de energia, o abastecimento de água, a defesa contra cheias, a regularização de caudais ou a navegação, a questão da racionalidade da eficiência e da sustentabilidade técnica, a questão do ambiente e as questões financeira, social, económica e de desenvolvimento regional e nacional”.
Os presidentes das câmaras de Vila Nova da Barquinha e de Constância já se manifestaram “contra a construção de um novo açude” no rio Tejo, junto àqueles municípios, alertando para os prejuízos que causaria em temos económicos, turísticos e ambientais. Também a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo já se pronunciou, tendo deliberado, por unanimidade, “opor-se” de forma “veemente” à localização indicada para a construção de um novo açude no Tejo. “Do ponto de vista da localização, este açude fere gravemente a vila de Constância e a de Vila Nova da Barquinha, não concordamos com esta localização e, das informações que temos ao momento, fere verdadeiramente as infraestruturas ali criadas, os investimentos efectuados, fere as dinâmicas das populações, das pessoas e dos seus bens”, disse à Lusa o presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Valamatos.

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