83% das empresas agrícolas consideram imigrantes essenciais
2ª edição do Barómetro AHSA revela que o Nepal lidera as nacionalidades dos trabalhadores estrangeiros no sector, seguido pela Índia e Tailândia.
A maioria das empresas agrícolas do sudoeste alentejano (83%) considera os imigrantes fundamentais para o sucesso da actividade. Esta é uma das principais conclusões da segunda edição do Barómetro da AHSA – Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur, que destaca também os desafios e as oportunidades nos processos de contratação e integração, bem como o impacto das políticas migratórias na evolução do sector.
Os dados da AHSA revelam, detalhadamente, que 73% das empresas já têm mais de metade dos seus postos de trabalho preenchidos por imigrantes, com a maioria (45%) a destacar uma proporção superior a 75%. As principais nacionalidades representadas no sudoeste alentejano incluem trabalhadores do Nepal, mencionados por 86% das empresas, seguidos pelos da Índia (48%) e da Tailândia (41%).
Refira-se que a indisponibilidade de alojamento adequado é apontada por 62% dos inquiridos, criando dificuldades na permanência de imigrantes em Portugal (59%). Neste contexto, 42% dos respondentes identificam os processos de licenciamento como um desafio, enquanto 21% acrescentam os elevados custos de investimento e arrendamento como questões a considerar.
A transição do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) para a AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) revela-se um processo em evolução para as entidades agrícolas. Neste ponto, 7% já reconhecem progressos, reflectindo o trabalho contínuo para aprimorar o sistema e melhorar a experiência para todos os envolvidos. Já 48% das empresas indicam que ainda há desafios a serem superados e 45% consideram que a situação se manteve estável.
A comunidade imigrante é valorizada por todas as empresas do barómetro, sendo mesmo considerada fundamental (83%) para o sucesso da actividade agrícola, destacando-se ainda a sua contribuição significativa para a sustentabilidade e crescimento do sector.
Os dados surgem como resultado da segunda edição do Barómetro AHSA, composto por mais de 40 empresas hortofrutícolas portuguesas da região do Sudoeste alentejano. O período de auscultação desta edição decorreu entre 31 de Outubro e 27 de Novembro de 2024 e obteve uma taxa de resposta de mais de 70%.