Açude insuflável de Abrantes continua a dar problemas
Presidente da Câmara de Abrantes explica que, apesar de algumas anomalias de funcionamento identificadas, é normal o açude estar em baixo nesta altura do ano. Estrutura, que custou 10 milhões de euros há quase duas décadas, vai ser alvo de mais uma intervenção para correcção de anomalias.
O açude insuflável no rio Tejo em Abrantes continua a dar dores de cabeça ao executivo municipal. Nesta altura, o açude está em baixo, com anomalias identificadas e aguarda intervenção por parte de uma empresa especializada na manutenção. O tema foi debatido na última reunião camarária depois de o vereador Vítor Moura (PSD) ter questionado o porquê do açude estar em baixo e se havia alguma anomalia. O presidente da câmara, Manuel Valamatos (PS), confirma que existem anomalias identificadas, no entanto, garante que é normal o açude estar em baixo nesta altura do ano. Para o autarca, o que não é normal e é preocupante é haver caudais tão baixos no Tejo.
Manuel Valamatos explica que o açude vai receber nova intervenção por parte de uma empresa especializada. “O açude tem um papel muito relevante em Abrantes e queremos melhorá-lo e potenciá-lo, mas também tem de cumprir, do ponto de vista ambiental, as normas para os ecossistemas funcionarem em pleno. Os custos de manutenção são elevados e é importante estar atento a oportunidades como as energias renováveis e a tecnologia e olhar para o açude com grande potencial”, afirma o autarca.
Recorde-se que no início de 2024 o açude já tinha sido alvo de intervenção. Na reunião camarária de 7 de Dezembro de 2023, o vereador João Gomes informou que, nos três meses seguintes, o açude seria alvo de trabalhos de manutenção para monitorização, verificação das comportas e ainda instalação de um sistema de videovigilância na margem sul.
O açude insuflável, inaugurado em 2007 e resultante de um investimento de 10 milhões de euros por parte da Câmara de Abrantes liderada por Nelson carvalho (PS), suscitou alguma controvérsia e já foi notícia, ao longo dos anos, por razões negativas relacionadas com actos de vandalismo e também com problemas no sistema passa-peixe. Como em Abril de 2015, quando milhares de peixes de diversas espécies que tentavam ultrapassar o açude para continuarem a subir o rio Tejo e desovar morreram encurralados numa zona labiríntica de cimento denominada de passa-peixe, um sistema que foi construído sem licenciamento, segundo informava o Ministério do Ambiente em Setembro de 2009 em resposta a um requerimento apresentado pela deputada Alda Macedo, do Bloco de Esquerda.