Brincadeiras de mau gosto com sinais em Almeirim põem em causa a segurança
No concelho de Almeirim há um fenómeno que tem crescido nos últimos tempos que é o de partir ou modificar a posição dos sinais de trânsito, para o qual o município não encontra uma explicação que não seja a de gozar com quem tem o dever de zelar pelas regras de trânsito e pela segurança rodoviária. Pelo menos há uma média de um sinal por dia que é virado, derrubado ou roubado.
Em Almeirim há quem ande a brincar com sinais de trânsito, dando trabalho aos serviços, fazendo com que alguns condutores cometam infracções, mas pior é que em alguns casos colocam em risco a segurança rodoviária. Não há semana em que não existam pelo menos sete sinais de trânsito virados, induzindo os condutores em erro, partidos ou mesmo arrancados e levados provavelmente para venderem o metal. A situação tem piorado ao ponto de haver já uma equipa que todas as segundas-feiras faz uma ronda pela cidade para detectar situações anómalas que também afectam espelhos colocados em zonas de pouca visibilidade.
Quando há festas ou no Verão com mais animação nos bares é normal à segunda-feira detectarem-se vários sinais partidos em meros actos de vandalismo. Mas há situações que causam perplexidade como a de um espelho no Bairro da Troia, que já teve de ser reorientado várias vezes. Para o vereador do Trânsito, a situação é estranha atendendo à posição do espelho, refere o vereador do trânsito, estacionamento, mobilidade e toponímia, António Maximiano.
A frequência com que é preciso reorientar sinais levou a câmara a estudar uma solução mais difícil para quem gosta de brincar com coisas sérias. Os serviços vão começar a fixar os sinais nos postes através de um sistema de rebites, em vez de anilhas de aperto com parafusos e porcas, que podem ganhar folgas ou que podem ser desapertadas por alguém com uma chave ou até mesmo um alicate. Na segunda-feira, 27 de Janeiro, O MIRANTE apanhou uma equipa de reposição de sinalização a recolocar um sinal de stop e de proibição de virar à esquerda, do Largo Padre Oliveiros de Jesus Reis, ao lado da igreja paroquial, para a Rua das Cancelas, que tinha sido partido antes do fim-de-semana.
Na zona entre a igreja paroquial e a igreja do espírito santo (antigas escolas velhas) há uma obra sinalizada para ter na zona de trabalhos só um sentido, devido à ocupação de parte da via pública, mas o sinal de sentido proibido já foi virado ao contrário três vezes, na mesma zona, o sinal de sentido obrigatório também foi virado há cerca de uma semana, para levar os condutores a virarem para uma direcção que é proibida, o que leva, devido à contradição da sinalização a roçar o anedótico, a que as pessoas ridicularizem o município, achando que é uma falha dos serviços.
Aquando da construção do troço da circular urbana na zona do Bairro do Pupo, uma adolescente foi apanhada a transportar um sinal provisório dos que se colocam num tripé assente no chão, que queria levar para casa para decorar o quarto. Mas há questões que no entender do vereador são mais graves, como a de arrancarem os postes metálicos com os sinais para, perspectiva António Maximiano, venderem o ferro ao peso atendendo a que o metal está com preços altos.
Mas o principal problema para o município é as implicações que esta situação pode ter na segurança rodoviária e na responsabilidade em caso de haver um acidente. Sem sinalização que devia estar em determinado local ou com a adulteração do sinal, os condutores podem ser induzidos em erro e verem-se envolvidos num acidente em que a companhia de seguros por levantar dificuldades. “E depois, de quem é a culpa?”, questiona o vereador.