Sociedade | 04-02-2025 21:00

Arruda dos Vinhos celebra 500 anos das festas em honra de Nossa Senhora da Salvação

Arruda dos Vinhos celebra 500 anos das festas em honra de Nossa Senhora da Salvação
Patriarca de Lisboa, Rui Valério, com os padres Diogo Correia e Paulo Pires e o presidente do município de Arruda dos Vinhos, Carlos Alves

As festas do concelho de Arruda dos Vinhos, em honra de Nossa Senhora da Salvação, celebram este ano 500 anos desde a primeira edição e até ao Verão vão acontecer eventos para todos os gostos, de colóquios a concertos.

Até Agosto vão ser vários os eventos para celebrar os 500 anos das Festas em Honra de Nossa Senhora da Salvação, padroeira de Arruda dos Vinhos. O programa final ainda está a ser fechado mas a apresentação realizada já permitiu uma antevisão do que está para chegar: sessões de videomapping na igreja, publicação de um documentário, colóquios, concertos, exposições e uma noite de fados, sempre com a figura da padroeira em destaque.
A igreja matriz de Arruda dos Vinhos, classificada como imóvel de interesse público desde 1944, vai também receber um folheto interpretativo e uma ceia quinhentista no adro, com a representação da família real e diversas animações do século XVI. O programa vai também dar espaço à vertente profana das festas, como as tertúlias móveis, uma imagem de marca da festa, bem como à reactivação do grupo de forcados e às largadas de toiros, que os historiadores acreditam ter tido início no concelho no século XII.
“Valores como a fé e solidariedade têm sido transmitidos de geração em geração e a Nossa Senhora da Salvação é um marco profundamente significativo de Arruda. É meio milénio de fé, tradição e comunidade que moldaram a nossa identidade e reforçaram os laços que nos unem”, destaca Carlos Alves, presidente do município de Arruda dos Vinhos.
Também o Patriarca de Lisboa, Rui Valério, esteve presente na cerimónia, por integrar a comissão de honra das celebrações. Elogiou Arruda dos Vinhos como lugar de encontro, alegria, de memória e de esperança e lembrou o papel da padroeira nos tempos actuais. “Esta nossa dedicação a uma celebração cuja protagonista principal é Nossa Senhora é um acto de cidadania. Desperta-nos para a necessidade dos valores nesta sociedade líquida que alguns já dizem ser gasosa, em que vivemos, para permanecer vivos estes valores do respeito pelo outro, do receber, que são valores decisivos para o nosso futuro enquanto sociedade”, afirmou.
O momento alto das festas de Arruda dos Vinhos é precisamente a procissão em honra de Nossa Senhora da Salvação a 15 de Agosto. Recentemente, recorde-se, uma comitiva da Câmara de Arruda dos Vinhos entregou, no Património Cultural em Lisboa, o processo de inventariação das festas visando a sua classificação a Património Cultural Imaterial.

Um rei em fuga para Arruda

Os historiadores acreditam que as festas em honra de Nossa Senhora da Salvação têm a sua génese na procissão do dia 15 de Agosto que, segundo a tradição oral, foi mandada realizar pelo rei D. Manuel I, em acção de graças por se ter salvado de um surto de peste e à sua família - no decurso de uma estada na vila de Arruda -, ordenando que se mudasse a invocação de Santa Maria de Arruda para Nossa Senhora da Salvação, e que se fizesse procissão em sua honra todos os anos no dia 15 de Agosto. Dispôs ainda que se fizessem obras de ampliação e de restauro na pequena igreja existente, o que viria a acontecer após a sua morte e durante o reinado de seu filho D. João III, entre 1525 e de 1531.

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