Cerci Flor da Vida constrói no Cartaxo para promover vida autónoma e em comunidade
Cerci Flor da Vida de Azambuja vai investir em habitação colaborativa e comunitária num terreno cedido pela Câmara do Cartaxo junto à GNR da cidade.
Foi assinado na manhã de 24 de Janeiro o auto de consignação para construção de habitação colaborativa e comunitária no Cartaxo, num terreno cedido pelo município à Cerci Flor da Vida de Azambuja. Prevê-se que as obras comecem no dia 3 de Fevereiro e estejam concluídas num prazo máximo de 14 meses.
O projecto Viver em Comunidade – Quinta das Pratas prevê a construção de 11 apartamentos para 30 residentes, destinados a população idosa, população com deficiência ou incapacidade, pessoas em situação de isolamento ou vítimas de violência doméstica, entre outras situações de fragilidade social. O projecto inclui serviços de apoio e espaços partilhados e o investimento é de cerca de 1 milhão e 350 mil euros mais IVA, dos quais 933 mil euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Os objectivos da Cerci Flor da Vida com o projecto são aumentar a capacidade de resposta à população em situação de vulnerabilidade na região. Pretende-se garantir condições de bem-estar e qualidade de vida num ambiente seguro, evitando a institucionalização, promover a estratégia de vivência comunitária e colaborativa, fomentar a intergeracionalidade e a autonomia, prevenir o isolamento social e a solidão e que seja uma alternativa ao Serviço de Apoio Domiciliário.
Críticas ao Estado
O presidente do conselho de administração da Cerci, José Franco, deixou duras críticas ao facto de já terem pagado ao Estado 800 mil euros de IVA referentes ao Complexo Social e de Saúde da Quinta das Rosas, em Azambuja, tendo recebido até ao momento 57 mil euros de reembolso. “Estamos a financiar o Estado, que devia estar a fazer a obra”, disse no Cartaxo. Este projecto, que implicava um investimento na ordem dos 4,5 milhões de euros mais IVA financiados pelo PRR e de 899 mil euros financiados pelo PARES, sofreu alterações de projecto e trabalhos complementares que levaram ao atraso do projecto, que estava previsto entrar em funcionamento este mês de Janeiro. Em Outubro de 2024 o investimento já ultrapassava os 7 milhões de euros.
Trata-se de um equipamento social e de saúde completamente novo, sediado na Quinta das Rosas, em Azambuja, para as respostas sociais de lar residencial para pessoas com deficiência, que prevê a descontinuação do lar residencial 1 e ainda a criação de mais 18 vagas; a criação de um novo Centro de Actividades e Capacitação para a Inclusão com capacidade para 30 utentes; Estrutura Residencial para Pessoas Idosas grandes dependentes, com capacidade para 30 utentes; Serviço de Apoio Domiciliário com capacidade para 50 utentes; Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção, com capacidade para 30 utentes, culminando na criação de mais postos de trabalho qualificados e mais respostas às famílias.