Sociedade | 08-02-2025 14:15

Golegã homenageou mestre Martins Correia no 115º aniversário do seu nascimento

Golegã homenageou mestre Martins Correia no 115º aniversário do seu nascimento

Município da Golegã homenageou Joaquim Martins Correia com a deposição de uma coroa de flores junto à sua estátua e garante que o Palácio do Pelourinho voltará a acolher a sua obra.

A Câmara da Golegã assinalou o 115º aniversário do nascimento de Joaquim Martins Correia, nome grande das artes plásticas nacionais do século XX, nascido na Golegã, com a deposição de uma coroa de flores no dia 7 de Fevereiro junto à estátua de sua autoria - A Camponesa. Além da escultura, Joaquim Martins Correia dedicou-se à ilustração, desenho e pintura. Nascido em 1910, faleceu em 1999 e deixou obra disseminada pelo espaço público na Golegã. Na ocasião, o município revelou que o Palácio do Pelourinho, que acolheu durante muitos anos o legado do mestre, será de novo, num futuro próximo, o local onde a sua obra estará em exibição ao público.

Órfão desde criança, na sequência da morte dos pais com a chamada “pneumónica”, Martins Correia ficou ao cuidado de uma senhora que o colocou na Casa Pia, onde concluiu o curso industrial, tendo-lhe sido concedida uma bolsa de estudo para frequentar a Escola de Belas Artes de Lisboa. Matriculou-se no curso de desenho em 1928, apesar de se ter diplomado em escultura. Começou a expor uma década depois e, das obras mais representativas, algumas estão expostas em espaço público. Na Golegã, podem ver-se os relevos em bronze no Palácio da Justiça, que dignificam a sua fachada principal; o painel em cerâmica, de sete metros por três, exposto na fachada da sua Casa Convívio; a estátua A Camponesa e o grupo escultórico O Povo de Amor Cantava. O seu nome foi dado à Escola E.B. 2,3/ S da vila.

Em Novembro de 1982 foi homenageado na Golegã em cerimónia presidida pelo então Presidente da República, general Ramalho Eanes, com a inauguração da estátua A Camponesa, defronte à antiga Cadeia e Estação Telégrafo, e a abertura do Museu Municipal Martins Correia, com um vasto espólio doado ao município, composto por mais de 600 peças, incluindo esculturas, azulejos, desenhos, gravuras e medalhas da autoria do artista conhecido como "escultor da cor".

Até à data da sua morte, Martins Correia esteve representado em apenas algumas colecções particulares porque não gostava de vender a sua obra, como refere no artigo Martins Correia – Um escultor com o condão da poesia. “Sempre me custou muito vender as coisas, por isso é que tenho assim tanta coisa acumulada. Tenho muitas coisas que as pessoas até querem comprar quando vêm cá, mas também há uma grande insuficiência que é não terem, de facto, dinheiro para as comprar. O nosso trabalho tem que ser um dia compensado. Ou em vida, que é a minha, ou então na minha ausência”, dizia.

Uma das suas últimas preocupações foi a conservação do seu espólio, pois encontrava-se num edifício setecentista, sem condições para o seu acolhimento. O pelouro da cultura da Câmara da Golegã, em 2002, projectou a sua transferência para o edifício Equuspolis, pensado para o acolher com dignidade e para que as gerações vindouras possam desfrutar do seu trabalho, o que veio a verificar-se até aos dias de hoje.

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