Sociedade | 09-02-2025 15:00

Cães abandonados de Vila Franca de Xira vão ajudar pessoas diabéticas

Cães abandonados de Vila Franca de Xira vão ajudar pessoas diabéticas
Dois cães do canil municipal de VFX, o CRO, foram seleccionados para um projecto inovador em Portugal. FOTO CMVFX

Projecto inovador em Portugal está a treinar cães de alerta médico para ajudarem quem vive com diabetes de tipo 1. Tal como os cães guia, que são treinados para ajudar pessoas cegas, também estes cães vão agora ser treinados para perceber alterações da glicemia no sangue.

Três cães abandonados que estavam ao cuidado do Centro de Recolha Oficial (CRO) de Vila Franca de Xira, anteriormente conhecido como canil municipal, foram escolhidos pela associação Pata D’Açúcar para serem adoptados e treinados para um projecto inovador de apoio a doentes diabéticos.
A associação resgata cães por todo o país, cuida deles e treina-os para serem cães de alerta médico, dando uma nova vida aos animais e prometendo melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1. A doença requer monitorização constante e atenção aos detalhes e a Pata d’Açucar acredita que é nessa monitorização que os cães farão a diferença. Os animais do CRO de Vila Franca de Xira foram alvo de 12 testes específicos para aferir a sua aptidão para integrar o projecto, todos com o intuito de obter indicadores de carácter, motivação e foco dos animais. Além, claro, da sua condição sanitária.
Segundo a associação, os animais são treinados durante oito meses para detectar variações nos níveis de glicose no sangue, muitas vezes antes que o cuidador ou o próprio paciente perceba qualquer sintoma. “Quando um cão de alerta médico dá um sinal de que algo está errado, os cuidadores podem tomar medidas imediatas para ajudar a pessoa com diabetes, como fornecer-lhes alimentos ou tratamento”, refere a associação na sua página online. O processo de treino inicia-se logo que os animais são resgatados do canil e após o plano vacinal estar concluído.

Detecção pela respiração e suor
Noutros países europeus o treino destes cães é geralmente feito com amostras in vitro obtidas do futuro dono do cão, incluindo amostras de respiração e suor de quando a pessoa está em hipoglicemia. Os cães recebem recompensas de comida ao acertar na amostra do doente com hipoglicemia. Os animais são treinados também para responder às amostras com comportamentos específicos, como lamber o proprietário ou ir buscar um kit de insulina.
O projecto, diz a Câmara de Vila Franca de Xira, visa não só melhorar a qualidade de vida das pessoas diabéticas, mas também oferecer uma nova oportunidade a cães acolhidos em centros de recolha e associações, contribuindo assim para a redução da taxa de abandono de animais em Portugal. Os doentes interessados em adoptar um destes animais treinados devem entrar em contacto com a associação Pata D’Açúcar.
Nos doentes com diabetes de tipo 1 que são obrigados a usar doses de insulina várias vezes ao dia, a baixa glicose no sangue (hipoglicemia) é um efeito colateral comum que pode provocar crises e riscos de doenças neurológicas graves com perda de consciência, convulsões e até problemas cardiovasculares. Os sinais de alerta prévio de alterações iminentes de glicose no sangue, recorde-se, são os tremores, palpitações e suor excessivo.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1702
    05-02-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1702
    05-02-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1702
    05-02-2025
    Capa Vale Tejo