Grávidas que procuram Hospital de Vila Franca de Xira são encaminhadas para atendimento telefónico
Hospital de Vila Franca de Xira garante que todas as grávidas são seguidas em continuidade, mas nas urgências justifica-se com a integração no projecto-piloto do Governo para ter, em algumas datas, as urgências fechadas. Vereador foi deixado à espera mais de uma hora ao telefone para recorrer às urgências de ginecologia do hospital.
O Hospital de Vila Franca de Xira não concorda com as queixas do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) e garante que tudo funciona bem na unidade de saúde e que o fecho frequente das urgências de obstetrícia e ginecologia é uma consequência de estar englobado num projecto piloto do Governo. Situação que, recorde-se, obriga as utentes a ligar para a linha SNS 24 antes de se deslocarem à urgência. “As urgências de obstetrícia e ginecologia do HVFX integram o projecto-piloto do Serviço Nacional de Saúde de triagem telefónica, lançado em meados de Dezembro. Assim, todas as grávidas devem contactar a linha SNS24, na qual serão atendidas por profissionais de saúde especializados que as encaminharão para a resposta mais adequada às suas necessidades”, refere o hospital em comunicado.
No entanto, há casos em que a resposta é tardia. Um desses exemplos passou-se recentemente com o vereador na câmara de VFXda coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), David Pato Ferreira, cuja esposa precisou de ser atendida de urgência na obstetrícia por complicações pós-parto e acabou por ficar mais de uma hora ao telefone com a SNS24. A mulher do autarca acabou por ser atendida no Hospital de VFX, três horas depois do contacto inicial, por uma única equipa que, nesse dia, estaria alegadamente a tomar conta das urgências de obstetrícia e do bloco de partos do hospital, situação que mereceu críticas do autarca.
Já sobre as queixas do movimento de utentes, de que não está a haver acompanhamento às grávidas após as 36 semanas, incluindo as gravidezes de risco, o hospital nega, garantindo que todas as grávidas são acompanhadas até ao parto e pós-parto. “As gravidezes de risco são seguidas pelo Serviço de Obstetrícia do HVFX, desde o momento do seu diagnóstico até ao pós-parto”, garante a unidade de saúde. Além disso, afiança, existe uma consulta de enfermagem materna e obstétrica que se realiza três vezes por semana e uma nova consulta de Cardiotocografia (CTG), realizada por enfermeiros especialistas de saúde materna e obstétrica, retirando das urgências as utentes grávidas que recorriam ao serviço apenas para realização de CTG. “Para as utentes sem médico de família no concelho de Vila Franca de Xira, existe um reforço para os programas de Saúde da Mulher, tendo sido criado o centro Materno-Infantil de Alhandra, consultas nos Centros de Saúde da Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa e na Castanheira do Ribatejo”, explica a unidade de saúde.
O Hospital de Vila Franca de Xira, recorde-se, voltou a falhar às grávidas no primeiro fim-de-semana de Fevereiro e juntou-se a outros hospitais da região de Lisboa que fecharam as urgências de obstetrícia e ginecologia, obrigando as utentes a procurar respostas mais longe das suas residências.
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos diz que está na hora de serem feitas mudanças urgentes na unidade de saúde. Preocupado com o que está a acontecer, diz ter enviado um e-mail no final do ano passado para a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, liderada por Carlos Andrade Costa, a solicitar uma reunião para efectuar um ponto de situação do funcionamento do hospital, mas o grupo lamenta não ter obtido resposta. O Hospital de Vila Franca de Xira diz ter realizado 117 partos em Janeiro deste ano, representando um crescimento de 12,5% em relação a Dezembro do ano passado, quando foram efectuados 104 partos.