Centro Popular do Bairro assaltado enquanto se procura nova direcção
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O Centro Popular de Recreio e Cultura do Bairro, em Abrigada, foi novamente assaltado numa altura em que procura novos dirigentes. Apesar dos desafios em encontrar quem queira agarrar no clube, as despesas continuam a ser pagas.
O Centro Popular de Recreio e Cultura do Bairro, Abrigada, concelho de Alenquer, foi novamente assaltado no mês de Janeiro. Durante a noite, desconhecidos arrombaram a porta das instalações, partiram um vidro e após revolverem tudo acabaram por levar pouco mais do que uma televisão. As instalações têm alarme, mas como estão praticamente sem movimento tornam-se atractivas para os ladrões.
Fortunato Jacinto, tesoureiro da colectividade, conta a O MIRANTE que o clube vive um momento complicado porque está sem direcção e sem voluntários disponíveis para doar o seu tempo ao associativismo. “Já me desafiaram para constituir uma lista mas dêem-me descanso. Já estou na colectividade há 50 anos. Cada vez está mais difícil encontrar alguém. As pessoas não querem ter encargos”, desabafa.
O futuro do clube, fundado em 1971, pode passar por convocar mais uma reunião de assembleia-geral na esperança que apareçam listas aos órgãos sociais. Fortunato Jacinto explica que as despesas fixas continuam a ser pagas, como a água e luz, os sócios continuam a pagar as suas quotas, mas não sabe durante quanto tempo mais o clube consegue aguentar. Um dos fundadores, Francisco Dionísio recorda que a colectividade era um ponto de encontro e pela sua história não gostava que acabasse.
Um clube com história
Quando se iniciaram as emissões de televisão em Portugal, a aldeia do Bairro não dispunha de energia eléctrica nem local de convívio. Um grupo de moradores, apoiado pelo padre Marques, pároco da freguesia de Abrigada, procurou uma casa, emprestada, onde foi instalada uma televisão alimentada por um gerador. E assim começou a vida social no Bairro. A electricidade surgiu em 1968 e já existia espírito associativo na aldeia. Nesse ano, o grupo de moradores funda o Centro de Convívio do Bairro, que até 1971 é dirigido pelo grupo com a colaboração da população.
Em Julho de 1971 é fundada a colectividade e ficou decidido que a organização da festa anual da localidade do Bairro passava a ser da sua responsabilidade. O parque de jogos começou em 1975 a receber jogos de futebol, provas de atletismo e almoços de convívio. No mesmo ano, a colectividade passou a chamar-se Centro Juvenil Recreio e Cultura do Bairro, designação que durou poucos meses porque em 1976 ficou definitivamente com o nome Centro Popular de Recreio e Cultura do Bairro.
Mais tarde, o clube construiu a sede num terreno cedido por um particular. O espaço tem sala de jogos com matraquilhos, ténis de mesa e snooker e é local de espectáculos e ginástica. Possui ainda um polidesportivo sem cobertura junto à sua sede onde se pode praticar futsal, ténis, hóquei, jogos tradicionais e onde se realiza a festa anual, em Outubro.