Centro de Apoio à Vítima de Vila Franca de Xira registou quase 900 vítimas de violência doméstica em 2024
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Em 2024, o Centro de Apoio à Vítima de Vila Franca de Xira atendeu 879 pessoas vítimas de violência doméstica, com a maioria dos casos registados em Alverca do Ribatejo e Sobralinho. O ano passado, o município reforçou a justiça na atribuição de apoios sociais, com a actualização dos processos que transitaram da Segurança Social para a câmara, para garantir que os subsídios chegam a quem realmente precisa.
Em 2024 o Centro de Apoio à Vítima (CAV) de Vila Franca de Xira atendeu 879 pessoas vítimas de violência doméstica. A maioria dos casos foi na freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, com 378 atendimentos, seguido da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa com 254 atendimentos. Em Vila Franca de Xira foram atendidas 150 vítimas, em Vialonga 58, em Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz 22 e em Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras 17 pessoas. Destes números, seis vítimas de violência foram encaminhadas para casas abrigo.
Os dados foram apresentados na reunião plenária do Conselho Local de Acção Social, que decorreu no Palácio do Sobralinho, e que contou com a presença de autarcas, técnicos e dirigentes das IPSS’S do concelho de Vila Franca de Xira. De acordo com o balanço apresentado, o ano passado 307 pessoas recebiam entre 201 a 300 € de Rendimento Social de Inserção (RSI), 152 pessoas recebiam entre 301 a 500 €, 83 recebiam entre 501 a 700 euros e até 1000 € estavam apenas 50 pessoas. A prestação foi paga abaixo de 100 € a 43 pessoas e entre 101 a 200 € a 36 pessoas. A maioria dos beneficiários de RSI é do sexo feminino, com 985 pessoas, e o sexo masculino com 757 beneficiários. A maior parte dos beneficiários do RSI é de Vialonga (514) seguido de Alverca do Ribatejo e Sobralinho (354) e Alhandra São João dos Montes e Calhandriz (354).
Mais equidade na atribuição de apoios sociais
Com a transferência de competências passou a ser responsabilidade dos municípios o atendimento e acompanhamento social, o que de acordo com o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, veio permitir uma maior justiça na atribuição de apoios a quem realmente precisa. O autarca considera uma mais valia terem acesso a informação que antes era exclusivamente da Segurança Social e por isso quando vão atender uma família têm acesso a todos os apoios que recebe e à sua condição social. A segunda mais valia é revisitar e actualizar os dossiês de apoio social que as famílias recebem. “Havia dossiês que não eram actualizados há anos pela Segurança Social. Isto veio permitir que os RSI e outros subsídios do género só continuam a ser pagos a quem precisa. Isto é fundamental para introduzir justiça no sistema”, explicou o autarca.
Na mesma reunião foram apresentados os números do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social Integrado (SAASI). Em 2024 foram feitos 1495 atendimentos de 1ª linha e 2967 de 2ª linha, num total de 2022 processos movimentados. No que diz respeito a habitação municipal foram feitos 498 atendimentos distribuídos pelas seis freguesias do concelho.
No ano passado, a freguesia de Vialonga tinha três pessoas em situação de sem-abrigo e a Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa seis. A freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho tinha três sem-abrigo e Vila Franca de Xira quatro. Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz e Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras não tinham ninguém nesta situação. As situações de despejo por agentes de execução ou ordens do tribunal foram residuais (9), distribuídas por Vialonga (2), Póvoa e Forte da Casa (3), Alverca e Sobralinho (2), Vila Franca de Xira e Castanheira do Ribatejo com uma situação cada.