Plano de Mobilidade de Alenquer promete soluções para zonas urbanas
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Estacionamento abusivo, falta de espaços verdes e excesso de trânsito foram desafios identificados no Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Alenquer. O documento foi apresentado pubicamente pela segunda vez e reuniu contributos dos cidadãos.
A escassez de espaços verdes e de convívio nas zonas urbanas de Alenquer, especialmente no Carregado, foi um dos problemas identificados na fase de diagnóstico do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Alenquer (PMUS). Segundo o documento, Alenquer tem um desenho territorial adverso ao uso de bicicleta, o que torna a condução sobre veículos de duas rodas insegura. No documento consta ainda a escassez de lugares de estacionamento, com 43% dos lotes a não disponibilizar garagem e por outro lado cidadãos que fazem estacionamentos abusivos.
A segunda apresentação do plano esteve a cargo da engenheira Paula Teles, responsável da empresa que elaborou o documento. Na sessão pública avançou que um dos maiores desafios para a mobilidade é o planeamento do estacionamento, o trânsito excessivo na malha urbana e a elevada sinistralidade rodoviária.
De acordo com o vereador Tiago Pedro, têm de ser criadas duas grandes bolsas de estacionamento no Carregado. O autarca lamentou ainda a Infraestruturas de Portugal tendo em conta que a empresa pública ainda não orçamentou a construção de uma variante ao Carregado, nem sequer autorizou a colocação de passadeiras semaforizadas, e também não autoriza a construção de passeios na Estrada Nacional 3 na zona do Campera.
A segunda sessão pública contou com a participação de cidadãos. Algumas das questões levantadas e propostas sugeridas relacionam-se precisamente com a malha industrial do Carregado, que se confunde com a malha urbana, a falta de mobilidade pedonal e o elevado tráfego de viaturas pesadas. Falta de fiscalização em relação ao estacionamento abusivo, falta de resposta da operadora de transporte público rodoviário e a forma como os passeios estão construídos foram outras das questões levantadas.
Uma das intervenientes lamentou a ausência de todos os presidentes de junta do concelho de Alenquer na sessão pública e o facto de nenhum cidadão das zonas rurais ter aparecido com dúvidas ou sugestões, focando-se os casos em Alenquer e Carregado.
Alenquer entre as autarquias pioneiras no Plano de Mobilidade
A Câmara de Alenquer foi uma das autarquias pioneiras na elaboração do PMUS. Segundo afirmou Paula Teles, apenas 10% dos municípios tem este plano, mas o documento é obrigatório desde 2022. “Como o Governo abriu um quadro comunitário de apoio, as câmaras vão agora a correr fazer o plano de mobilidade mas Alenquer antecipou em vários meses uma coisa que apareceu antes do fim do ano e estão agora todos a correr contra o tempo”, afirmou a responsável pelo documento. O plano recebeu 15 contributos escritos dos cidadãos, a juntar aos dados de viva voz nas duas sessões públicas.