Sociedade | 22-02-2025 12:00
Desentendimento entre Câmara de Tomar e Sindicato dos Trabalhadores
Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e município de Tomar desentenderam-se por causa avaliação de desempenho dos trabalhadores da autarquia.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) contestou um despacho da Câmara de Tomar relativo à avaliação de desempenho dos trabalhadores, críticas que o presidente do município rejeitou, afirmando trabalhar “para todos e não apenas para alguns”. “No município de Tomar trabalhamos sempre para todos e não apenas para alguns. O mesmo se passa em relação aos trabalhadores para quem, ao longo dos últimos anos, temos tido uma postura de proximidade e apoio, reconhecendo-os por várias formas, como o mais importante recurso desta entidade que serve a comunidade e da qual também fazem parte”, declarou À Lusa Hugo Cristóvão (PS).
Hugo Cristóvão disse saber que este é “um ano especial e que tudo será tentado para criar factos políticos, como parece ser o caso, uma vez que não se vislumbra aqui a existência de qualquer matéria que justifique o alarido que se tenta criar”, tendo reiterado que trabalhar “para todos os 630 funcionários e não apenas para meia dúzia, mesmo que nessa meia dúzia possa estar algum dirigente do STAL”, referiu, acrescentando: “e, já agora, quer os funcionários do sector de recursos humanos e as chefias, que são quem procede à avaliação dos demais funcionários, são todos eles também funcionários municipais”, concluiu.
Em comunicado, o STAL considera o despacho “ilegal, reprovável e profundamente injusto” para com os cerca de 600 trabalhadores do município de Tomar, tendo salientado que, no documento, “são imputadas responsabilidades aos trabalhadores pelo não cumprimento, por parte daquela autarquia, do processo avaliativo SIADAP”, o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública. “Foi com espanto que os trabalhadores da Câmara de Tomar e o STAL tomaram conhecimento do despacho (…) exarado pelo presidente da autarquia a 5 de Fevereiro relativo à avaliação dos trabalhadores para o biénio 2023/2024”, disse à Lusa a coordenadora regional de Santarém do STAL, tendo afirmado ser “inadmissível que se pretenda imputar aos avaliados um ónus que não lhes cabe, incorrendo na inversão das responsabilidades efetivamente atribuídas pelo SIADAP”.
Em causa, segundo Elsa Lopes, está o facto do despacho “mencionar um artigo que pressupõe que se tenham realizado as diferentes fases do processo avaliativo, nomeadamente a reunião para negociação e contratualização de competências e/ou objectivos, ou mesmo eventuais reuniões de acompanhamento e monitorização do seu cumprimento”, o que não terá sucedido. “O que ocorre nesta autarquia é que um número significativo de trabalhadores não viu sequer o processo de avaliação iniciado e por diversos ciclos avaliativos consecutivos, situação que é do conhecimento da administração camarária, que não tomou, em tempo devido, as devidas medidas para a sua correção”, salientou. O STAL indica ainda que “tomou já posição junto do município, remetendo a correspondente contestação, sendo que não se olharão a meios para corrigir a injustiça”.
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