Sociedade | 23-02-2025 12:00

Autarcas voltam a queixar-se do Hospital Vila Franca de Xira

Autarcas voltam a queixar-se do Hospital Vila Franca de Xira
Vereador Nuno Libório, da CDU, diz que cuidados de saúde no concelho de VFX continuam comprometidos

Executivo da Câmara de Vila Franca de Xira pediu reunião à ministra da Saúde no último Verão para se queixar do estado da saúde no concelho, em particular da forma como tem funcionado o hospital administrado por Carlos Andrade Costa, mas continua sem resposta.

O acesso da comunidade de Vila Franca de Xira a cuidados de saúde de qualidade continua comprometido e é inaceitável que a Ministra da Saúde ainda não tenha respondido ao executivo camarário sobre o pedido de reunião que lhe foi feito em Junho do ano passado. A consideração foi deixada na última reunião de câmara pelo vereador da CDU, Nuno Libório, que voltou a insistir na urgência da realização da reunião. “É urgente que a Ministra da Saúde se digne a receber a câmara. E a câmara deve tomar uma atitude mais firme nesta matéria, porque o acesso aos cuidados de saúde continua comprometido no nosso concelho”, criticou o autarca.
Para Nuno Libório, há uma “evidente e crónica” falta de meios humanos no hospital, situação que faz com que alguns profissionais, como os enfermeiros, cheguem a acumular mais de 50 horas extraordinárias por mês, revelou. “O encerramento de serviços compromete o socorro às nossas populações. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses deu nota pública da degradação das condições de trabalho no hospital. Os enfermeiros e outros profissionais estão no limite da sua capacidade física e mental. Há um esgotamento das suas capacidades devido ao elevado ritmo de trabalho”, criticou Nuno Libório.
O vereador da CDU recordou o caso de uma mulher de Benavente que, em Janeiro, deu à luz na mesma ambulância e na mesma estrada onde cinco meses antes nasceu a neta. Tudo porque a maternidade do Hospital Vila Franca de Xira estaria fechada e não havia outra disponível para receber a grávida, que foi encaminhada para Abrantes. A criança acabaria por nascer na Ponte das Lezírias. “São situações terríveis que estamos a viver também no nosso concelho. Continuam a haver três centros de saúde no concelho que continuam sem ter os médicos necessários”, critica Nuno Libório.
Perante as queixas, o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), condenou a situação, dizendo não compreender nem aceitar que num momento em que cada vez mais gente escolhe a periferia de Lisboa para viver, seja precisamente nestes territórios que se encerram urgências obstétricas de forma rotativa. “Ao fecharem as urgências pediátricas de forma rotativa estão a criar condições para a seguir fecharem as maternidades e estamos contra isso”, avisou. O autarca já tinha explicado que a reunião com a Ministra da Saúde está a demorar por falta de disponibilidade de agenda da mesma, que faz questão de ouvir os autarcas na primeira pessoa. “Penso que ela querer estar presente é um bom sinal e por isso estamos a aguardar”, informou.

Ministra abre a porta às PPP

Na última semana, numa audição no Parlamento, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, admitiu o regresso do modelo de parceria público-privada (PPP) em algumas unidades de saúde, tendo dado como exemplo o Hospital Amadora-Sintra que, disse, “nunca mais se endireitou” desde o fim da PPP. O Hospital Vila Franca de Xira, recorde-se, também funcionou em modelo de parceria público-privada, tendo depois revertido para a situação actual, integrado no Serviço Nacional de Saúde.

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