Câmara de Alpiarça vai comprar edifício da Caixa Geral de Depósitos por 375 mil euros
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A Câmara de Alpiarça vai adquirir o edifício da Caixa Geral de Depósitos que o banco mostrou pretensão de vender devido aos custos de manutenção e preservação. A intenção é transferir o arquivo municipal para a cave do imóvel e alugar o rés-do-chão para o banco manter o balcão na vila.
A autorização prévia para assumpção de compromisso plurianual para aquisição das instalações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Alpiarça, que já foram da câmara e vendidas à entidade bancária, foi aprovada por maioria pelo executivo camarário, com os votos contra da CDU. Em causa está a aquisição do edifício por 375 mil euros para na cave ser instalado o arquivo municipal, mantendo-se o serviço no rés-do-chão com o balcão da CGD, que vai pagar à autarquia 500 euros de renda mensal.
A CGD mostrou a pretensão de vender o edifício devido aos custos de manutenção e preservação e a CDU já havia acusado a gestão socialista de estar a fazer “um favor” ao banco do Estado. “Entendemos que a CGD é um banco público, é o banco que mais lucros apresentou no último ano e consegue apresentar estes resultados sem cumprir a sua missão enquanto banco”, afirmou o vereador da CDU, João Arraiolos, referindo que a Caixa tem vindo a substituir os funcionários por máquinas nos concelhos de menor densidade populacional e que todos os cidadãos merecem o mesmo tratamento.
A presidente do município, Sónia Sanfona (PS), respondeu que parte do prédio ocupada pela CGD estaria à venda, uma vez que a instituição bancária reduziu fisicamente a sua agência, e explicou que a câmara não tem neste momento, nem no edifício do município nem em nenhum outro da sua propriedade, condições para remodelar ou refuncionalizar.
Sónia Sanfona revelou que o imóvel pode vir a albergar outros serviços, como um posto de turismo ou serviço de apoio às empresas com outra visibilidade e relembrou que “o arquivo municipal é o repositório das memórias do tempo de todo o concelho”, concordando, ainda assim, com João Arraiolos no que respeita à prestação de serviços pela CGD. Segundo a autarca socialista, a cave do edifício já funcionava como arquivo e tem as condições ideais de climatização e dimensão. Como noticiámos, parte do arquivo está atulhado na câmara municipal e outra parte foi perdida quando estava nos anexos do antigo edifício dos paços do concelho, devido à chuva e derrocada de parte do telhado.