Mário Martins tem inundações em casa devido ao escoamento mal concebido em VFX
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Uma década depois de ter comprado casa ainda ninguém valeu a Mário Martins, professor reformado que tem um sumidouro de águas mal desenhado à sua porta que causa inundações e prejuízos sempre que chove demasiado.
Sempre que chove com mais intensidade, a água acumula-se nos sumidouros à porta da casa de Mário Martins, na Rua Alto da Cruz, na Loja Nova, concelho de Vila Franca de Xira e não há quem consiga resolver de vez o problema que se arrasta há uma década. Já se queixou por escrito, incluindo com imagens e vídeos das inundações, a todas as entidades possíveis, da junta de freguesia aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) e Câmara de Vila Franca de Xira, mas até agora, uma década depois de ter comprado casa naquele local, lamenta que nada tenha sido feito.
Como o sumidouro está mal desenhado, a água acumula-se quando chove com maior intensidade e depois desce pelas escadas e rampa da casa de Mário Martins até à sua cave, situada abaixo da cota da estrada, inundando a cozinha, sala de estar e um quarto onde tem uma colecção de instrumentos musicais que se estão a degradar. A frequência das inundações já o obrigou, inclusive, a levantar muitos deles do chão.
“Estou sempre com o coração nas mãos e não vejo ninguém com vontade séria de vir resolver este problema”, lamenta a O MIRANTE. Mário Martins, 64 anos, nasceu na Venezuela e está reformado. Foi professor de educação musical, depois professor do primeiro ciclo e professor de educação especial trabalhando com jovens com autismo e paralisia cerebral. Pelo meio também foi músico numa banda no concelho de Vila Franca de Xira.
Poucos meses depois de comprar casa na Loja Nova sofreu a sua primeira inundação. No ano a seguir outra e assim tem sido até aos dias de hoje. “Já umas cinco ou seis vezes fiquei com a casa toda inundada”, lamenta. Diz que a presidente da Junta de Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras foi inexcedível em todo o processo, mas lamenta que não possa fazer muito mais dadas as suas competências. “Já aqui vieram fiscais dos SMAS ver a situação mas alguns nem uma fita métrica ou um nível trouxeram para perceber o que está a causar a inundação e chutam sempre o problema para a falta de limpeza, o que não é verdade”, critica. Nenhum deles quis entrar na casa de Mário Martins para ver o prejuízo que as inundações causam.
Na última semana, o morador disse ao nosso jornal ter recebido a visita do administrador dos SMAS, que quis ver o problema com os próprios olhos. No entanto, lamenta, nada terá sido feito para tornar a obra de reparação do problema uma realidade. “O sumidouro ou está mal projectado ou então os defeitos do tempo levaram a um abatimento e ninguém reparou, causando um acumular das águas. Se assim for, então é problema de falta de manutenção. Mas alguma coisa tem de ser feita”, apela o morador, que se tem valido dos vizinhos para o ajudar sempre que a casa fica inundada.
A O MIRANTE os SMAS dizem já ter desobstruído os colectores e limpo as valetas em frente à casa mas admite não ter na zona uma rede própria de drenagem de águas pluviais. Garante estar a desenvolver um procedimento para realizar essa drenagem e resolver o problema do morador. A solução técnica, explica os SMAS, é refazer a valeta, o que será feito “assim que as condições climatéricas o permitam”.