Nova subestação eléctrica de Alpiarça vai resolver problemas antigos de falhas de energia
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Três mil famílias e cerca de 30 empresas dos concelhos de Alpiarça e Almeirim vão ser beneficiadas com a recém-inaugurada subestação eléctrica da zona industrial de Alpiarça. O investimento da E-Redes foi de cerca de 3,5 milhões de euros.
A E-Redes inaugurou a 11 de Fevereiro uma subestação eléctrica na zona industrial de Alpiarça que vai beneficiar 3 mil famílias e cerca de 30 empresas dos concelhos de Alpiarça e Almeirim, resolvendo problemas antigos de falhas na energia. Para a actual presidente da câmara, Sónia Sanfona, o equipamento terá impacto no desenvolvimento socioeconómico do concelho, região e país, promovendo a coesão territorial constituindo um factor diferenciador para novos moradores e empresas que ali se queiram instalar. O investimento da E-Redes totaliza cerca de 3,5 milhões de euros.
O presidente do conselho de administração da empresa, José Ferrari Careto, explicou que se trata de uma estação “muito digital” que visa responder às necessidades específicas de cada empresa. Integrada no sistema eléctrico nacional, com uma potência inicial instalada de 20 MVA, conta com um novo troço de um quilómetro de alta tensão, além do estabelecimento de cinco novas linhas subterrâneas, com uma extensão de 6,1 quilómetros da rede de média tensão, que interligam à rede já existente.
As novas infraestruturas fazem parte da política de investimento e manutenção na rede eléctrica, levada a cabo pela empresa, tendo como eixos principais a melhoria no abastecimento de energia eléctrica, aumento da resiliência da rede, renovação e reabilitação dos activos, automação e digitalização na gestão da rede, a par de medidas de optimização nas operações. Haverá ainda melhorias na fibra óptica e reforço de algumas condutas.
Munícipes vão poder poupar na factura da electricidade
Conforme O MIRANTE também já noticiou, o município de Alpiarça vai avançar com o primeiro projecto de comunidade de energia renovável no país. A autarca presidente da câmara, Sónia Sanfona (PS), adiantou no dia da inauguração da subestação que a autarquia está a dar os primeiros passos para a instalação de painéis fotovoltaicos. Numa primeira fase será produzida energia para autoconsumo dos edifícios e numa segunda as fontes de energia renovável vão poder ser partilhadas pela comunidade.
“Os munícipes podem aderir a esta comunidade para consumir energia durante o dia e como esta energia está na natureza a factura é substancialmente reduzida uma vez que os preços a pagar são diferentes dos operadores tradicionais de energia eléctrica”, afirmou em sessão de apresentação de projectos em 2024. Vão ser colocados 3.235 painéis numa potência total de 1649.8kW, sem custos para o cliente, e a câmara não tem qualquer custo com a instalação. Sónia Sanfona adiantou que é uma fonte de energia com um alcance de cerca de quatro quilómetros, onde vão conseguir gerar mais 366% de energia verde do que a totalidade do consumo.
Tudo isto, sublinha, vai permitir a entrada do município no mercado de carbono gerando mais receitas para si próprio, com independência energética. 48% da energia consumida dos edifícios de toda a comunidade passa a ser proveniente da central solar de autoconsumo, evitando problemas que acontecem na rede pública. Além disso, haverá um apoio social a cerca de um milhar de famílias que vão beneficiar da tarifa social comunitária, que é cerca de 30% inferior às actuais tarifas do mercado.
Os painéis solares vão ser instalados na biblioteca municipal, nave desportiva, piscinas municipais, estaleiro municipal, edifício dos paços do concelho - que numa segunda fase vai ter uma cobertura do estacionamento toda feita de painéis -, no quartel dos bombeiros municipais, Agrupamento de Escolas José Relvas, Escola Básica do Casalinho, complexo desportivo, estádio municipal, mercado municipal, antigo edifício das águas, antiga escola das faias, gabinete de apoio ao município no Frade de Baixo, Escola EB1 de Alpiarça e Associação Cultural e Recreativa do Frade de Cima.