Presidente da Junta de Glória e Granho denuncia “caos” na USF Falcão Real

Transferência de médico do pólo da Glória do Ribatejo para a sede da Unidade de Saúde Familiar Falcão Real, em Marinhais, estará a reduzir o número de consultas.
O presidente da União de Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho, João Batista, denuncia uma situação “caótica” nos serviços de saúde na Unidade de Saúde Familiar (USF) Falcão Real, pólo de Glória do Ribatejo. O autarca revela a O MIRANTE que foi retirado o médico da extensão de saúde da Glória do Ribatejo e colocado na extensão de saúde de Marinhais, sede da USF Falcão Real, sendo que na Glória do Ribatejo os serviços estarão a ser assegurados por três médicos aposentados que, relata, trabalham três meios dias por semana.
Segundo o autarca, houve uma diminuição drástica no número de consultas disponíveis para a população de Glória do Ribatejo, o que provocou o constrangimento total no atendimento e na marcação de consultas que, neste momento, “apenas está disponível para Abril de 2025”. João Batista conclui dizendo que até final do ano passado, antes da alteração, o serviço esteve a funcionar em pleno, servindo toda a população da Glória, Granho e Muge, num total de cerca de 4500 habitantes. “Atendendo à população idosa destas freguesias, existe um número elevado de pessoas idosas e debilitadas que aguardam a marcação de consultas”, reforça.
João Batista já tinha abordado o tema em assembleia municipal este mês de Fevereiro, tecendo críticas à USF Falcão Real, que evoluiu da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Marinhais-Glória no início do ano. Esta transição para modelo B prometia, segundo a instituição, reforçar a proximidade, eficiência e qualidade na prestação de cuidados de saúde primários. O presidente da junta revelou na mesma sessão que ficaram 28 consultas por realizar no mês de Janeiro e exigiu mais médicos para a região.
O presidente da câmara, Hélder Esménio, relembrou que a autarquia disponibiliza aos profissionais de saúde uma habitação para uso próprio e do agregado familiar assegurando as despesas de água, luz e Internet e dá ainda um incentivo financeiro até 700 euros mensais, conforme O MIRANTE já havia noticiado em 2023. Estas medidas são disponibilizadas a médicos que mantenham o vínculo por contrato de trabalho em funções públicas para o exercício de funções como médico de Medicina Geral e Familiar na Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados de Salvaterra de Magos durante pelo menos três anos. O MIRANTE contactou a ULS Lezíria, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.