Sociedade | 03-03-2025 12:22
Bloco de Esquerda questiona Governo sobre passivo ambiental da Fabrióleo
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Bloco de Esquerda quer saber se vai haver verba para que os trabalhos de remoção do passivo ambiental deixado na antiga fábrica sejam concluídos. Presidente da Câmara de Torres Novas diz que continua a aguardar resposta da APA.
O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre se a Agência Portuguesa do Ambiente já respondeu à “preocupação e solicitação da Câmara de Torres Novas” para a marcação de uma reunião que tem como finalidade sensibilizar para a necessidade de atribuição de financiamento para que possam ser retomados os trabalhos de remoção dos resíduos perigosos existentes na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da antiga fábrica Fabrióleo, em Carreiro da Areia, concelho de Torres Novas.
No documento assinado pelo líder parlamentar do Bloco, Fabien Figueiredo, e que é dirigido à ministra do Ambiente e Energia, o BE pergunta também se vai ser assinado um novo acordo entre a APA e o município de Torres Novas para que possa ser resolvido o “grave problema” do passivo ambiental deixado pela antiga empresa de óleos vegetais e qual o “calendário previsto para a execução dos trabalhos.
O BE recorda que o valor acordado anteriormente entre a câmara municipal e a APA, de 745 mil euros, “serviu apenas para remover cerca de metade dos resíduos existentes, ficando assim por atingir o objectivo inicial que era a totalidade do passivo ambiental”.
“Os anos vão passando e tarda em chegar o sossego e condições que garantam a saúde a uma localidade que regista níveis muito altos de morte por cancro”, refere o BE, salientando que “nas imediações da antiga Fabrióleo continuam os maus cheiros e os destroços de uma ETARI com resíduos dentro”.
Município aguarda resposta da APA
O assunto foi também falado na última sessão da Assembleia Municipal de Torres Novas pelo porta-voz do movimento Basta, Pedro Triguinho, que perguntou ao presidente do município se há novidades sobre o processo de retirada do passivo ambiental e se há uma estratégia delineada para o desmantelamento da ETARI e para a descontaminação dos solos.
O presidente do município, Pedro Ferreira (PS), que já tinha afirmado a O MIRANTE em Janeiro último que solicitou uma reunião com carácter de urgência ao presidente da APA, disse em resposta a Pedro Triguinho que continua à espera que seja marcada e que venha o ofício daquela entidade pública a “responsabilizar-se ou não” pela remoção dos resíduos que continuam na antiga fábrica e que, ao que tudo indica, custarão “mais 750 mil euros”.
“Estamos nessa fase de aguardar que a APA reúna com a câmara e diga se tem disponibilidade financeira ou não para concluir a descontaminação daquele espaço e ainda não estamos a falar da descontaminação dos solos”, disse o autarca socialista, salientando que o processo está longe de estar concluído.
Em Janeiro deste ano, o movimento Basta denunciou nas suas redes sociais imagens do leito da ribeira da Boa Água, junto à antiga fábrica Fabrióleo, com sinais de poluição, nomeadamente lamas acinzentadas, provenientes de escorrências das lagoas da antiga fábrica de óleos usados.
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