Sociedade | 05-03-2025 18:00

Boa disposição e proximidade são imagens de marca de quem trabalha no Mercado de Salvaterra de Magos

Boa disposição e proximidade são imagens de marca de quem trabalha no Mercado de Salvaterra de Magos
Gonçalo Matias, Cesarina Matias e Luís Correia são vendedores no Mercado de Salvaterra de Magos

Um talhante açoriano, uma comerciante de três décadas e um peixeiro que também é pescador. Os vendedores do Mercado Municipal de Salvaterra de Magos estão satisfeitos, mas afirmam que há espaço para melhorar para a população usufruir ainda mais do local.

Luís Correia é natural dos Açores, mas mudou-se para o continente há mais de duas décadas e foi no Ribatejo que se instalou. Trabalhou durante 21 anos no talho de uma cadeia de supermercados em Benavente, 15 deles como chefe. Em Abril de 2024, dada a vasta experiência na área, decidiu começar a trabalhar por conta própria e encontrou no Mercado Municipal de Salvaterra de Magos a oportunidade ideal para abrir o seu negócio.
O talhante de 39 anos admite que o edifício poderia beneficiar de algumas melhorias na sua estrutura, mas reconhece que existe um fluxo constante de clientes e que já conseguiu fidelizar alguns consumidores habituais. “Acredito que aqui as pessoas dão prioridade à qualidade da carne, não se importando de pagar um pouco mais do que nas grandes superfícies”, assume, salientando que toda a carne que vende é de origem nacional. A sua aposta na proximidade e confiança dos clientes tem sido um dos pilares do seu sucesso, sublinha.
O mercado está aberto de terça-feira a domingo, sendo que a variedade de vendedores pode depender de dia para dia, dado que alguns conciliam a venda com outras actividades profissionais ou mesmo com presença em mercados de outras localidades. Cesarina Matias está no mercado desde a sua abertura, há mais de 17 anos. Antes disso, a vendedora, que trabalha na área há cerca de três décadas, comercializava os seus produtos na rua. “Antes juntávamo-nos junto ao pavilhão INATEL e fazíamos o nosso mercado. Até que nos arranjaram este espaço”, recorda a vendedora natural dos Foros de Salvaterra. Questionada sobre o que melhoraria na estrutura, a experiente vendedora admite que “as paredes não deviam ser tão altas”, um aspecto que, na sua opinião, dificulta a interacção entre os comerciantes e reduz a sensação de proximidade para quem passeia pelos corredores. Na sua banca, Cesarina dispõe de uma enorme variedade de frutas e legumes, sendo alguns de produção própria. Considera que as vendas correm bem e que o mercado tem movimento, sobretudo aos fins-de-semana, quando a afluência de clientes é naturalmente maior.
Quem também tira partido deste aumento de movimento aos fins-de-semana é Gonçalo Matias, de 43 anos, um dos peixeiros do mercado. Licenciado em Engenharia Agroalimentar pela Escola Superior Agrária de Santarém, trabalhou na área durante 10 anos, acumulando uma experiência considerável. No entanto, a sua paixão pela pesca levou-o a procurar algo mais ligado a esta actividade, e assim começou a vender peixe no mercado de Salvaterra de Magos há sete anos, já depois de ter iniciado a actividade no mercado de Benavente. Actualmente trabalha também como pescador, dedicando-se maioritariamente às águas do rio Tejo. Nos últimos dias da semana, marca presença no mercado, onde por vezes chega a vender peixe da sua própria pesca. “A maioria do peixe vem do mesmo sítio, no entanto, se apanhar alguma coisa que acho que valha a pena, trago para aqui e também vendo”, explica. Entre os produtos mais emblemáticos da região que comercializa, destaca-se a enguia, um dos peixes sempre procurado pelos clientes. “Há muita coisa que melhorava”, admite o vendedor, mesmo reconhecendo que a estrutura do mercado já foi desenhada há alguns anos. Gonçalo acredita que poderiam ser impostas outras condições para os vendedores e implementadas estratégias que atraíssem mais clientes. Esta é, aliás, uma das razões pelas quais acaba por não estar presente no mercado durante a semana. “Não me compensava”, admite, sublinhando a importância de medidas que incentivem um maior dinamismo do espaço.
Com histórias distintas, mas um objectivo comum, estes comerciantes do mercado municipal de Salvaterra de Magos continuam a lutar para manter os seus negócios vivos, adaptando-se às condições existentes e tentando sempre atrair mais clientes ao espaço.

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