Sociedade | 11-03-2025 10:00

Casal e dois filhos vão a julgamento no caso que levou a tentativa de invasão da GNR de Torres Novas

Por causa de um carro deixado na via pública a complicar o trânsito, houve uma série de acontecimentos que levaram à detenção do condutor do carro e dos seus pais, que tinham ido ao posto da GNR de Torres Novas recuperar os bens apreendidos no carro.

A situação descontrolou-se ao ponto de três dezenas de pessoas, alguns familiares dos detidos, concentrarem-se à porta do posto, insurgindo-se contra as detenções, tendo havido uma tentativa de invasão das instalações. Nessa altura o outro filho do casal detido proferiu ameaças.

O Ministério Público mandou para julgamento o caso que levou a uma tentativa de invasão ao posto da GNR de Torres Novas, depois da detenção de três elementos, pai, mãe, e filho. E constituiu estes três elementos e mais um familiar, também filho do casal, de vários crimes, desde injúrias a ofensas à integridade física. Segundo a acusação, o caso ocorrido em 2022 teve origem na apreensão da carteira com documentos e das chaves de uma viatura abandonada na via pública na cidade, horas antes.
A mãe e o pai do rapaz a quem tinham sido apreendida a carteira e as chaves da viatura, vão responder pelos crimes de resistência e coacção sobre funcionário e ofensas à integridade física qualificada, contra três militares do posto, sendo um deles o comandante na altura, Cláudio Pereira. Ele está ainda acusado de injúria agravada e ela responde também pelo crime de dano. O filho que tinha abandonado a viatura, responde por injúria agravada e por um crime de evasão, por ter fugido do posto após ter sido detido, aproveitando a confusão que se tinha instalado no posto. O irmão deste, que participou na concentração à porta da Guarda, está acusado de um crime de ameaça agravada ao guarda que tinha feito as apreensões.
O caso remonta à tarde de 1 de Agosto de 2022, quando a GNR foi informada de um veículo abandonado na via pública e que constituía perigo para as pessoas e embaraço no trânsito. A patrulha deslocou-se para o local cerca das 15h40 e encontrou o carro com a porta aberta e com uma carteira com documentos e 8 euros e 50 cêntimos, além da chave estar na ignição. Depois de resolvida a situação do embaraço que estava a causar no trânsito, um dos guardas apreendeu a carteira e a chave, levando-os para o posto.
Passadas cerca de cinco horas, o arguido que tinha deixado o carro na via pública foi com os pais ao posto para que lhe fossem entregues os bens apreendidos. Quando o guarda que tomou conta da ocorrência apareceu, o condutor chamou-lhe ladrão e disse que lhe tinha roubado cinco mil euros juntamente com os documentos. Apesar de ter sido advertido para moderar a linguagem a situação descontrolou-se e foi-lhe dada voz de detenção, o que levou a que os pais começassem aos gritos, sendo que três militares estavam a tentar acalmar a situação, quando apareceu o comandante que foi apelidado de palhaço pelo pai do detido.
Já com a situação a descontrolar-se a mãe tentou impedir a detenção do filho e agarrou e arranhou o sargento comandante do posto, tendo rasgado a camisola que este vestia. Outro militar tentou afastar a mulher e proceder à sua detenção e foi também agarrado pelo pólo da farda para impedir que fosse detida. Entretanto já detidos, ambos atiraram-se para o chão provocando a queda do militar que tinha tomado conta da ocorrência do carro. A arguida arranhou o militar na face e no pescoço e o marido desta e pai do suspeito atirou-se para cima do guarda caído e mordeu-lhe a cabeça. O condutor do carro em causa, apesar de estar já na condição de detido, aproveitou a confusão e saltou por uma janela do posto para o exterior.
Cerca das 22h20 estavam concentradas cerca de 30 pessoas à porta do posto, entre os quais familiares dos arguidos, insurgindo-se contra as detenções. Nessa altura o irmão do casal detido ameaçou o militar que tinha feito as apreensões dizendo que quando o apanhasse que lhe partia o pescoço. O Ministério Público justifica que os arguidos sabiam que os seus comportamentos constituíam crimes, mas que mesmo assim não se abstiveram de os praticar, “mostrando total indiferença para com as consequências” dos actos praticados.

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