Sociedade | 16-03-2025 18:00

Associação de Vale da Pedra dá abrigo a 250 gatos

Associação de Vale da Pedra dá abrigo a 250 gatos
A propriedade de Filipa Veiga, em Vale da Pedra, serve de abrigo a dezenas de gatos

Filipa Veiga preside à associação Tico & Teco, do concelho do Cartaxo, que há cinco anos colabora com o município de Azambuja para controlar a população felina errante. No concelho de Azambuja foram identificadas, pelo menos, 47 colónias e mais de 300 animais foram esterilizados em 2024.

Há cinco anos que a associação Tico & Teco, licenciada pela Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária, colabora com o município de Azambuja através do programa Capturar-Esterilizar-Devolver (CED). Só no ano passado, a associação devolveu às ruas mais de 300 gatos esterilizados. Os que não conseguem sobreviver na rua, que foram abandonados, estão doentes ou têm deficiências, vão ficando na associação localizada em Vale da Pedra, no concelho do Cartaxo, à espera de uma família que os adopte.
“As pessoas têm de ter consciência de que se começam a alimentar os gatos na rua não podem dizer que não os querem lá. Estão a assumir um compromisso e pelo bem-estar do animal têm de o assumir até ao fim da vida dele”, diz a presidente da associação, Filipa Veiga. No Cartaxo ainda não existe esse programa e há quem passe os animais para o concelho vizinho para ser a câmara a custear a esterilização, revela.
Segundo Filipa Veiga, o programa esteve em discussão na pandemia com o anterior executivo do Cartaxo, mas não avançou. O actual vice-presidente, Pedro Reis (PSD), afirma em declarações a O MIRANTE que há uma colónia identificada na Rua do Jardim, no Cartaxo, e que é um assunto a ser estudado porque existem outras. Mas a situação parece controlada. Filipa Veiga defende a implementação do CED em todos os municípios e que haja um manual de instruções e fiscalização para garantir a boa gestão dos dinheiros públicos. “Pode-se gastar milhões a esterilizar animais. Enquanto não houver uma norma igual para todos nunca vamos passar da cepa torta”, defende.
São cerca de 250 gatos no abrigo de Filipa Veiga, numa casa que era dos seus pais e que está em remodelação constante. Fundada em 2010, a associação tinha como objectivo inicial prestar apoio às famílias carenciadas a nível de rações, esterilizações e cuidados veterinários mais em conta, assim como a outras associações. Conta que sempre foi cuidadora, ora dos filhos, que já são independentes, ora dos pais e dos avós, que já partiram.
Vida dedicada à causa animal
Os meios, a disponibilidade, as condições, os pedidos de ajuda crescentes e o amor aos gatos, que antes era um animal temido por si, fizeram com que avançasse. Formada em controlo de qualidade, Filipa Veiga chegou a trabalhar em armazéns de logística e hoje dedica o seu tempo à causa animal, graças a investimentos pessoais feitos ao longo da vida e que garantem a sua subsistência, revela. A associação vive à base de donativos, das recolhas de alimento e da boa vontade dos voluntários, tendo um carrinho permanente no Minipreço do Cartaxo.
Filipa Veiga prefere que os adoptantes visitem o espaço e os gatos bebés não estão para adopção. Cada vez há menos devoluções devido à triagem dos adoptantes, mas “qualquer desculpa serve para devolver um animal”, refere. Alerta que os Centros de Recolha Oficiais (CRO) são os únicos que, legalmente, podem recolher animais errantes. Quanto aos maus-tratos aos animais, argumenta que a lei não é clara. “Se digo que não é permitido ter animais acorrentados e depois tenho a alínea a dizer que se tiver dois metros de corrente já pode, se for passeado duas vezes por dia já pode...”. Por outro lado, a cuidadora defende que “fomos do oito ao 80”, que não se pode humanizar demasiado os animais e que não são brinquedos.
Pela contrapartida municipal de mil euros, a associação Tico & Teco assegura a captura, transporte e acompanhamento de gatos silvestres ou assilvestrados, sinalizados pela médica veterinária municipal, com vista à sua esterilização e recolocação no local onde foram capturados, uma vez que a autarquia de Azambuja não dispõe de um gatil nem dos recursos adequados para essa missão, conforme descrito no seu site oficial. Foram identificadas, pelo menos, 47 colónias com uma média de sete gatos em todo o concelho.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1706
    05-03-2025
    Capa Vale Tejo