Sociedade | 16-03-2025 15:00

Corte de caminhos em São Pedro de Tomar continua a dar polémica

Corte de caminhos em São Pedro de Tomar continua a dar polémica
Moradores da freguesia de São Pedro de Tomar contestam o corte de caminhos, que alegam ser públicos

Proprietária responsável pelo corte de caminhos na freguesia de São Pedro de Tomar foi à Assembleia Municipal de Tomar criticar a atitude do presidente da câmara em reunião do executivo.

Hugo Cristóvão garantiu que vai estar sempre do lado da população. O presidente da junta de freguesia, António Vicente, insistiu que os caminhos vedados são vicinais.

A última Assembleia Municipal de Tomar contou, no início, com a intervenção de Ana Branco, proprietária responsável pelo corte de caminhos na freguesia de São Pedro de Tomar. A proprietária, que tem vindo a comprar, juntamente com a sua família, diversos terrenos na freguesia, considerou que o presidente da câmara agiu mal quando, em reunião do executivo, assumiu que ia ajudar a junta de freguesia. Garantindo que os terrenos são privados, Ana Branco disse que foi à assembleia para defender a honra da sua família.
O presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), sublinhou que vai estar sempre ao lado da população e da junta de freguesia, enquanto parceiro. Explicou ainda que, recentemente, após receber uma comunicação do tribunal favorável à posição da junta de freguesia, decidiu ajudar na reposição dos caminhos. O presidente da junta de freguesia, António Vicente (PSD), que esteve à beira de um enfarte devido à situação, vincou que os terrenos cortados sempre foram públicos, mencionando que o último que foi cortado tem até saneamento básico.
Ana Branco começou por explicar que a sua família tem vindo a comprar diversos terrenos na freguesia de São Pedro de Tomar, referindo que o objectivo é desenvolver ali um projecto agrícola. “Nós estamos a tentar fazer o emparcelamento de todos os terrenos que compramos, sendo que alguns são atravessados por caminhos, caminhos esses que nós temos estado a tirar porque começam e acabam nos nossos terrenos”, defendeu a proprietária. Acrecentou que o presidente da câmara agiu mal quando, em reunião de câmara realizada a 6 de Janeiro, assumiu que ia ajudar a junta de freguesia - “numa coisa que não está sobre a sua alçada, está só sobre a alçada dos tribunais”, vincou. A proprietária acusou ainda o presidente da junta de ter ignorado os pedidos dos seus advogados para que informasse qual o motivo para alegar que os caminhos são públicos. “Não posso deixar que sejamos nós, eu e a minha família, a passar por ladrões, é por isso que aqui estou, para defender a honra da minha família”, concluiu a proprietária.
Na resposta, o presidente da câmara, Hugo Cristóvão (PS), explicou que aquilo que disse em reunião de câmara, perante um conjunto de cidadãos residentes na freguesia, foi que o presidente da câmara teria que estar sempre ao lado da população e da junta de freguesia, enquanto parceiro. Mencionou ainda que recentemente lhe chegou uma comunicação do tribunal a referir que não havia matéria de fundo para que os caminhos fossem cortados: “por isso entendi que a junta de freguesia, apoiada pelas máquinas da câmara, estava legitimada para fazer esse trabalho. Se a autoridade policial, perante o aparato que lá se gerou, entendeu mandar desmobilizar, isso já é algo que nos ultrapassa”, contou o autarca, referindo-se a uma tentativa de reposição do último caminho cortado, que ocorreu em meados de Fevereiro e que foi impedida pela GNR. O presidente da junta, António Vicente (PSD), referiu que as escrituras são claras e que a rua das Roseirinhas, último caminho cortado, é uma rua que até tem saneamento básico.
Recorde-se que O MIRANTE já tinha noticiado esta polémica. Em Janeiro estivemos na rua das Roseirinhas, caminho cortado através da abertura de valas. A população da freguesia esteve no local e mostrou-se revoltada com o corte dos caminhos, não poupando nas críticas aos proprietários.

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