Mais de uma centena mobilizou-se para participar na discussão sobre novo açude no Tejo
Possibilidade de se construir um novo açude no rio Tejo, na zona de Constância, tem gerado muitos protestos de autarcas, empresários e população em geral.
O proTEJO - Movimento pelo Tejo destaca os mais de 100 cidadãos que se mobilizaram para participar na consulta pública do Estudo da “Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste” que integra a proposta de um novo açude no rio Tejo em Constância/Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha. Segundo o movimento, o elevado nível de participação resulta da adesão dos cidadãos à posição de rejeição unânime dos decisores políticos, empresariais e movimentos de cidadania relativamente à proposta de um novo açude.
Nos próximos meses vão realizar-se várias acções para mobilizar e sensibilizar os cidadãos no sentido de evitar o avanço do projecto. A 15 de Março realiza-se uma sessão pública de esclarecimento sobre o Estudo com a apresentação das posições dos municípios de Constância e de Vila Nova da Barquinha, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, das juntas de freguesia de Constância e de Praia do Ribatejo, do projecto empresarial Aventur e Fluviário “Foz do Zêzere” e do proTEJO – Movimento pelo Tejo, que terá lugar no Salão Nobre dos Paços de Concelho de Constância. A 26 de Abril vai realizar-se uma descida de canoa desde Constância até ao Castelo de Almourol, que se prevê contar com mais de 100 canoas e 200 participantes, que vão navegar atravessando o local em que se propõe a construção do novo açude. E a 17 de Maio realiza-se o 2º Encontro Nacional de Cidadania em Defesa dos Rios e da Água, em Constância.
Associação Zero afirma “forte oposição”
A associação ambientalista Zero manifestou a sua forte oposição à construção de um novo açude, afirmando que promove um modelo agrícola insustentável e compromete a sustentabilidade hídrica. Em comunicado, a Zero criticou o estudo de ‘Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste’, cuja consulta pública terminou na sexta-feira, tendo afirmado que “rejeita o projecto de 1,3 mil milhões de euros (ME) de captação de água para agricultura (…)” e que o novo açude previsto no Tejo, no âmbito daquele projecto, “promove um modelo agrícola insustentável e compromete a sustentabilidade hídrica”.
“Após uma análise detalhada” ao estudo em consulta pública, a associação considerou que “a construção de um novo açude entre Vila Nova da Barquinha e Constância representa um grave erro estratégico”, com “impactos inaceitáveis”, ambientais e sociais, entre outros. “O projecto promove um modelo agrícola insustentável, favorecendo a agricultura intensiva com alto consumo de água e apresenta impactos ambientais, sociais e económicos inaceitáveis”, afirmou a Zero, tendo feito notar que, “além disso, não explora alternativas verdadeiramente sustentáveis para a região”.