Remoção de resíduos perigosos da antiga Fabrióleo ficou a meio
Bloco de Esquerda quer saber se vai haver verba para concluir os trabalhos de remoção do passivo ambiental deixado na antiga fábrica de óleos de Carreiro da Areia, em Torres Novas. Presidente da câmara diz que continua a aguardar resposta da Agência Portuguesa do Ambiente.
O Bloco de Esquerda (BE) quer saber se a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já respondeu à solicitação da Câmara de Torres Novas para marcação de uma reunião que visa sensibilizar para a necessidade de financiamento que permita retomar a remoção dos resíduos perigosos da Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da antiga fábrica Fabrióleo, em Carreiro da Areia.
No documento assinado pelo líder parlamentar do BE, Fabien Figueiredo, dirigido à ministra do Ambiente e Energia, pergunta-se também se vai ser assinado um novo acordo entre a APA e o município de Torres Novas para que possa ser resolvido o “grave problema” do passivo ambiental deixado pela antiga empresa de óleos vegetais e qual o calendário previsto para a execução dos trabalhos.
O BE recorda que o valor acordado anteriormente entre a Câmara de Torres Novas e a APA, de 745 mil euros, “serviu apenas para remover cerca de metade dos resíduos existentes, ficando assim por atingir o objectivo inicial que era a totalidade do passivo ambiental”.
“Os anos vão passando e tarda em chegar o sossego e condições que garantam a saúde a uma localidade que regista níveis muito altos de morte por cancro”, refere o BE, salientando que “nas imediações da antiga Fabrióleo continuam os maus cheiros e os destroços de uma ETARI com resíduos dentro”.
Município aguarda resposta da APA
O assunto foi também falado na última sessão da Assembleia Municipal de Torres Novas pelo porta-voz do movimento Basta, Pedro Triguinho, que perguntou ao presidente do município se há novidades sobre o processo de retirada do passivo ambiental e se há uma estratégia delineada para o desmantelamento da ETARI e para a descontaminação dos solos.
O presidente do município, Pedro Ferreira (PS), que já tinha afirmado a O MIRANTE em Janeiro último que solicitou uma reunião com carácter de urgência ao presidente da APA, disse em resposta a Pedro Triguinho que continua à espera que seja marcada e que venha o ofício daquela entidade pública a “responsabilizar-se ou não” pela remoção dos resíduos que continuam na antiga fábrica e que, ao que tudo indica, custarão “mais 750 mil euros”.
Em Janeiro deste ano, o movimento Basta denunciou nas suas redes sociais imagens do leito da ribeira da Boa Água, junto à antiga fábrica Fabrióleo, com sinais de poluição, nomeadamente lamas acinzentadas, provenientes de escorrências das lagoas da antiga fábrica de óleos usados.