Unidade de Saúde Familiar é a solução desejada para combater falta de médicos em Benavente
Em Benavente, o acesso aos cuidados de saúde primários continua deficitário devido à falta de médicos. Na Unidade de Saúde Familiar de Samora Correia, três médicos reformaram-se mas duas vagas já foram preenchidas.
A falta de médicos no concelho de Benavente continua a gerar preocupação entre os munícipes e levou o vereador do PS, Joseph Azevedo, a questionar o executivo municipal de maioria CDU sobre as medidas em curso para colmatar o problema. Na última reunião de câmara, o autarca socialista perguntou se já houve contactos com a Comissão de Utentes de Benavente para avaliar a situação e quais as estratégias definidas para melhorar o acesso aos cuidados de saúde. O vereador sugeriu ainda uma abordagem mais firme junto do Governo, através de um pedido de audiência à ministra da Saúde, a nível municipal ou intermunicipal, para que a reivindicação ganhe maior peso.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), reconhece as dificuldades, explicando, primeiramente, que a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Samora Correia atravessou um período conturbado devido à aposentação de três médicos. No entanto, garantiu que dois desses lugares já foram repostos e que um terceiro está prestes a ser preenchido, permitindo um regresso à normalidade.
Quanto a Benavente, o autarca comunista defende que a solução passa pela criação de uma USF, modelo que considera fundamental para estabilizar os cuidados primários na região. Mais realça que o executivo permanecerá atento e reivindicativo para garantir um Serviço Nacional de Saúde estruturado e capaz de responder às necessidades da população.
Carlos Coutinho sublinha que a falta de médicos é um problema comum à Área Metropolitana de Lisboa (AML) e recorda que os presidentes de câmara da região estão a pressionar o Governo para encontrar soluções. “Mais de metade dos médicos em falta no país estão nesta zona”, vincou o autarca.
O edil garante que o município reuniu recentemente com a Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo para avaliar a situação. Da sessão ressaltou o facto das consultas médicas terem subido consideravelmente em 2024, devido à incorporação de video-consultas, mas o presidente da câmara adverte que nem as consultas à distância através de vídeo, nem o projecto Bata Branca ou o Serviço de Atendimento Permanente substituem o essencial: o acesso a um médico de família.