Sociedade | 25-03-2025 12:00

Coordenador da USF Falcão Real acusa autarca de baixa politiquice que pode afastar os médicos

Depois de o presidente da União de Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho, João Batista, ter dito que a situação da saúde na Glória estava caótica, o coordenador da Unidade de Saúde Familiar Falcão Real, que abrange a localidade, veio dizer que há um aproveitamento populista por parte do autarca. Gonçalo de Melo diz que isso pode afastar os médicos.

O coordenador da Unidade de Saúde Familiar (USF) Falcão Real, que abrange Marinhais e Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, acusa o presidente da União de Freguesias de Glória do Ribatejo e Granho, João Batista, de “irresponsabilidade política” por ter afirmado que a situação unidade da Glória é “caótica”. Gonçalo de Melo salienta que as declarações do autarca representam um “aproveitamento populista de um tema tão sensível como o acesso aos cuidados de saúde”, garantindo que a posição do autarca não reflecte a realidade. E acrescenta que a conduta de João Batista pode dissuadir novos médicos de quererem ficar na região, “agravando um problema que o próprio diz querer resolver”.
Gonçalo de Melo, sublinhando que as palavras do autarca contribuem para um clima alarmista e para a desinformação da população, garante que a USF e a Unidade Local de Saúde da Lezíria têm desenvolvido todos os esforços para assegurar a assistência médica à população da Glória do Ribatejo. Assegura ainda que nenhum utente em situação de saúde aguda ou imprevista fica sem resposta dentro de 24 horas úteis, desmentindo a tese do alegado “abandono” dos utentes. E realça que João Batista ao sugerir que os profissionais de saúde deixam os utentes “entregues à sua sorte”, incorre em difamação, aconselhando-o que “faça o que lhe compete que dos utentes cuidam os profissionais de saúde, desde que os haja e que não os afugentem com baixa politiquice”.
Para o coordenador da USF, que serve cerca de 10.200 pessoas, as “insinuações sobre a inacção na captação de médicos são infundadas, explicando que as contratações obedecem a critérios rigorosos e a concursos públicos e não a meros incentivos locais, realçando que a eficácia desses incentivos nunca foi demonstrada. Garante que é falso que haja direito a um apoio remuneratório mensal de 700 euros, realçando que apenas existe a comparticipação total de despesas de consumo de água, luz e comunicações, que configuram uma despesa “bem abaixo” desse valor.
Gonçalo de Melo critica João Batista de tentar politizar o tema, desconhecendo a forma como funciona o Serviço Nacional de Saúde e de desconhecer, ou ignorar propositadamente, a lei-quadro da transferência de competências para as autarquias e para as entidades intermunicipais. Explicita que a lei “obrigaria a dotar as unidades de profissionais de segurança e vigilância para facilitação do circuito dos utentes, ou a contratar empresas de higiene e limpeza para os obrigatórios procedimentos de higienização profunda impostos por regulamentos sanitários e por motivos de saúde pública.
Recorde-se que João Batista disse haver uma diminuição drástica no número de consultas que provocou o constrangimento total no atendimento e na marcação de consultas, comentando que até final de 2024, antes da entrada em funcionamento da USF, o centro de saúde esteve a funcionar em pleno. O autarca disse que ficaram 28 consultas por realizar em Janeiro e referiu que os serviços na Glória do Ribatejo estarão a ser assegurados por três médicos aposentados que trabalham três meios-dias por semana.

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