Novo projecto da Linha do Norte não convence moradores de Vila Franca de Xira e Alhandra

As alterações ao projecto de modernização da Linha do Norte entre Vila Franca de Xira e Alhandra não convenceram os munícipes. Para os moradores de Alhandra e Vila Franca de Xira o projecto apresentado pela IP continua a não ter em conta as pessoas e acessibilidades.
A equipa da Infraestruturas de Portugal (IP), liderada pelo vice-presidente Carlos Fernandes, apresentou na reunião de Câmara extraordinária de Vila Franca de Xira a evolução do projecto de modernização da ferrovia da Linha do Norte no troço entre Vila Franca de Xira e Alhandra.
Entre as alterações ao projecto inicial, destaca-se a construção de uma nova estação de comboio em Vila Franca de Xira, com uma cobertura verde, ligação ao Jardim Constantino Palha e interface com os autocarros, comércio e restauração. A IP propõe um aumento dos lugares de estacionamento, com a criação de um novo silo automóvel a nascente da linha do comboio, na zona do antigo Vassalo (o estacionamento total passa de 245 lugares para 389). A IP garante a extensão do Jardim Constantino Palha para poente da Fábrica das Palavras, uma vez que o Jardim Municipal será afectado em 1.800 m², criando-se assim um novo espaço verde com mais de 5.000 m², aumentando o corredor verde desde o Pavilhão do UDV.
Para Alhandra, com a nova proposta, vão ser cortadas 83 árvores, 70 das quais na Av. Afonso de Albuquerque. Em contrapartida, serão plantadas dentro da malha urbana mais 127 árvores. Está ainda previsto um novo espaço de interacção entre a vila e o caminho ribeirinho, junto à zona da Bóia / Secção Náutica, com reforço de estacionamento.
O estacionamento foi também reforçado de 378 para 668 lugares (mais 290 lugares do que os hoje existentes em Alhandra), designadamente com a transformação do campo da Hortinha, que passará a ser um novo parque de estacionamento, com ligação directa à estação.
As alterações ao projecto inicial não convenceram os cerca de uma dezena de munícipes que levantaram as suas preocupações na reunião de terça-feira. As pessoas que intervieram publicamente consideraram que o novo projecto apresenta poucas diferenças em relação ao anterior e que as alterações têm apenas como foco o estacionamento e a circulação automóvel, esquecendo os peões e as acessibilidades, assim como o bem-estar ambiental.
*Notícia desenvolvida numa edição impressa de O MIRANTE