Sociedade | 27-03-2025 12:00
Cheias prolongadas afectam produção agrícola no Vale do Sorraia

Presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira
Francisco Oliveira, presidente da Câmara de Coruche, diz que, além do impacto na actividade agrícola, as cheias estão a condicionar a circulação rodoviária em diversas vias municipais, algumas delas em terra batida, devido à subida do nível das águas do Rio Sorraia.
As cheias e as chuvas da última semana estão a afectar a economia local e a produção agrícola no Vale do Sorraia, em Coruche, afirma o presidente da câmara municipal, Francisco Oliveira. "Para aquilo que é a bacia do Rio Sorraia, as cheias são naturais e estamos habituados a elas. O que acontece é que este período de pluviosidade tem sido muito prolongado, o que impede o acesso dos agricultores às terras para preparar as culturas", afirmou o autarca à Lusa. Segundo o responsável, as cheias afectam as áreas de produção de batata, ervilha, milho, arroz e tomate, culturas que já estavam a ser preparadas, mas cujas terras se encontram agora inacessíveis, atrasando as colheitas nestas zonas de regadio. “Este período muito extenso de chuva tem danificado algumas vias, algumas delas estão com difíceis condições de circulação. O tempo não tem permitido que a câmara municipal possa fazer aquela que é a manutenção regular destas estradas e caminhos”, afirmou.
O autarca garantiu que, assim que as condições climatéricas melhorarem, a câmara irá iniciar os trabalhos de reparo e manutenção nas estradas afectadas. No que respeita a danos provocados pelas cheias, Francisco Oliveira sublinhou que houve "situações pontuais", sobretudo devido ao transbordo de algumas linhas de água, mas assegurou que a parte urbana da vila de Coruche "está protegida" pelo muro de protecção. Apesar da chuva afectar a produção agrícola, o presidente da câmara sublinhou a importância das cheias para a fertilização natural dos solos agrícolas, contribuindo para a limpeza de infestantes como o jacinto-de-água. “As cheias também desempenham um papel benéfico, fertilizando os solos e ajudando a eliminar infestantes, seja pragas ou espécies invasoras, como o jacinto-de-água”, afirmou, acrescentando que a ausência regular de cheias leva ao aumento de infestantes nas ribeiras e linhas de água que desaguam no Rio Sorraia.