Sociedade | 28-03-2025 12:00

O campo vai à cidade nos Mercados Ecorurais em Ourém

O campo vai à cidade nos Mercados Ecorurais em Ourém
Maria de Jesus, Manuel Silva, Laurinda de Jesus, Ana Marques e Maria da Piedade Oliveira

Mercados Ecorurais decorrem no primeiro e terceiro domingo de cada mês na Praça da República, em Ourém. Iniciativa permite aos produtores do concelho divulgar os seus produtos, criando oportunidades de negócio.

Criar oportunidades de negócio é o lema dos Mercados Ecorurais, iniciativa que decorre na manhã do primeiro e terceiro domingo de cada mês na Praça da República, em Ourém. Os Mercados Ecorurais permitem aos produtores do concelho divulgarem os seus produtos, numa oferta que inclui produtos agrícolas, vinho, mel, bolos, pão, artesanato, entre outros bens. Os oureenses, e não só, são desafiados a comprarem produtos da “terra”, ajudando os comerciantes locais.
Laurinda de Jesus, 77 anos, vende nos Mercados Ecorurais de Ourém há dois anos. Reformou-se aos 65 anos depois de trabalhar durante toda a vida num lar de idosos em Fátima. Diz que sempre gostou de viver no campo: “nasci no meio rural e aprendi desde cedo a trabalhar a terra. Andava sempre a semear, às vezes os produtos até se estragavam e as minhas vizinhas perguntavam porque é que não ia vender os produtos para a feira. Comecei a pensar nisso e recentemente decidi experimentar”, conta, com um sorriso. Além de vender nos Mercados Ecorurais, também vende no mercado municipal de Ourém, aos sábados. “É uma forma de estar ocupada. Na minha idade estar metida em casa não é bom para a saúde”, afirma. Na sua banca vende batatas, grelos, feijão, cenouras, couves, tudo produção sua. Os preços variam: quando há mais produto vende a preços mais baixos, quando há menos vende a preços mais altos: “as batatas são um euro o quilo, os limões também. De vez em quando vou aos supermercados para decidir a que preço coloco os meus produtos”, confessa, bem-disposta.
Perto da banca de Laurinda de Jesus está a de Maria da Piedade Oliveira e Ana Marques, mãe e filha. Maria da Piedade Oliveira, 67 anos, vende nos Mercados Ecorurais há 10 anos. É o único mercado onde vende, participando ainda anualmente na Feira Nova de Santa Iria, em Outubro, e na FeirOurém, em Junho. Recorda que, quando começou a vender no mercado, ainda estava a trabalhar como ajudante no Centro João Paulo II, em Fátima. Depois reformou-se, dedicando-se actualmente apenas ao comércio. A nível de clientes diz que já foi melhor: “as pessoas já não vêm tanto aos mercados, preferem ir às grandes superfícies”, refere. Na sua banca vende pão, bolos, hortaliças, feijão seco, abóbora, tudo produtos caseiros. Laurinda de Jesus já não imagina a sua vida sem o mercado e o trabalho no campo: “é uma forma de estar distraída, é uma terapia”, afirma, com um sorriso. Há poucos anos a sua filha, de 42 anos, também a começou a acompanhar nas feiras. “Gosto muito de vender no mercado pelo contacto com as pessoas, embora agora seja tudo mais parado”, afirma Ana Marques, que trabalha numa pet shop em Ourém e Tomar.
Manuel Silva, 70 anos, e Maria de Jesus, 72 anos, são um casal e participam juntos nos Mercados Ecorurais há quatro anos. Manuel Silva é o responsável pelo negócio, vende mobílias feitas em madeira. Actualmente só vende nos Mercados Ecorurais, mas afirma que também já vendeu noutros mercados no concelho de Ourém. As peças de mobiliário são feitas pelo próprio, num anexo ao lado de sua casa: “já faço estes produtos há oito anos, aprendi sozinho. A minha vida foi toda dedicada à construção civil e quando me reformei decidi pôr as mãos à obra e começar a fazer uma coisa diferente”, explica. O valor das peças de mobiliário que vende rondam os 20 euros, dependendo do produto. Sobre a realização dos Mercados Ecorurais em Ourém, Manuel Silva considera que é uma boa iniciativa, mas refere que devia haver outros eventos à volta para atrair mais pessoas.

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