Mau tempo deixa famílias desalojadas em Salvaterra, Benavente e Azambuja

A passagem da depressão Martinho provocou estragos e deixou famílias desalojadas em Salvaterra de Magos, Benavente e Azambuja. Mau tempo deixou marcas na região, mas, segundo a Protecção Civil, os danos foram apenas materiais.
A passagem da depressão Martinho na região provocou vários danos materiais devido ao vento forte que se fez sentir. Houve quem ficasse sem casa por causa do mau tempo, como é o caso do casal que vivia com os três filhos em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos. Ana Silva optou por ir para casa da irmã, em Muge, para ficar mais perto da escola dos filhos. A força do vento fez com que as chapas “sandwich” dos quartos das crianças partissem as telhas das outras divisões. Ana Silva mudou tudo para o seu quarto, mas calcula que haja electrodomésticos avariados e a prioridade tem sido tratar da roupa das crianças para terem o que vestir. “Apesar de hoje ser um dia muito difícil porque o mau tempo destruiu o nosso lar, vamos arregaçar as mangas e construir tudo de novo, porque eu estarei aqui e nada me vai mandar abaixo”, escreveu o marido, João Teles, nas redes sociais.
No concelho de Benavente, um casal de Samora Correia, que vivia com os dois filhos menores numa casa de madeira, também perdeu tudo. O telhado voou e levou parte das paredes, móveis, portas e janelas. Na zona do Vale da Adega, no concelho de Azambuja, duas pessoas ficaram desalojadas depois da habitação onde residiam ter sido atingida por um eucalipto de grande porte. A informação foi confirmada a O MIRANTE pela vereadora com o pelouro da Protecção Civil, Ana Coelho, que adiantou que a habitação foi dada como inabitável após ter sido alvo de vistoria urgente por parte dos técnicos do município. No concelho de Azambuja, registaram-se na madrugada de 20 de Março 30 ocorrências devido à passagem da tempestade Martinho, como a queda de uma antena de rádio em Casais dos Britos, que levou ao corte de trânsito, e de uma árvore num dos edifícios da Santa Casa da Misericórdia de Azambuja, que provocou alguns danos no telhado.
Queda de varandas e viaturas danificadas em VFX
Um dos concelhos mais afectados foi o de Vila Franca de Xira, com 185 ocorrências, sobretudo queda de árvores e estruturas, tendo sido mobilizados 706 operacionais. Não se registaram desalojados nem danos pessoais, mas a noite para alguns moradores foi passada em claro. Na Rua Soeiro Pereira Gomes, no Forte da Casa, uma varanda não resistiu à intempérie e desabou para o passeio durante a madrugada. Na urbanização Malvarosa, em Alverca do Ribatejo, os vidros de uma das varandas de um prédio caíram para a via pública. Na Estrada Nacional 10 e na Auto-estrada A1, eram visíveis estruturas publicitárias e “outdoors” que não resistiram ao vento.
Na freguesia da Póvoa de Santa Iria, há registo de várias viaturas estacionadas que ficaram danificadas por causa da queda de árvores e ramos. Foi o caso de Carlos Martins, morador no Bairro Chepsi. Ainda na Póvoa de Santa Iria, os vidros de algumas paragens de autocarro partiram e, na zona ribeirinha, os sinais de trânsito junto à urbanização Villa Rio caíram praticamente todos. Em Vialonga, registaram-se quedas de árvores e estruturas de metal. No dia 21 de Março, as actividades lectivas em cinco escolas do concelho de Vila Franca de Xira foram suspensas devido a estragos causados pelo mau tempo.

Mau tempo em Benavente e Alenquer
Entre caixotes do lixo arrastados para o meio da rua, painéis de publicidade danificados, cortes de estrada e quedas de ramos e árvores de grande porte, os meios da Protecção Civil não tiveram mãos a medir no concelho de Benavente. Algumas das zonas afectadas incluíram uma área de jardim junto à Estrada da Samorena e a Rua Isabel Alemão, na Urbanização das Oliveirinhas e Arneiro dos Pilares, em Samora Correia, onde caiu um pinheiro de grandes dimensões, assim como uma outra árvore na Rua Justino João Rego.
As autoridades cortaram um dos acessos à Rua Manuel de Arriaga, em Samora Correia, devido à queda de cabos de telecomunicações, que ficaram caídos sobre a estrada, impedindo temporariamente a circulação automóvel. A Rua da Alegria, nas imediações do Centro Escolar do Porto Alto, foi outro dos pontos fustigados pelo mau tempo e, nas primeiras horas da manhã, as equipas do município de Benavente ainda efectuavam o corte de árvores e ramos. Também uma paragem da Ribatejana, na Avenida 25 de Abril, sofreu as consequências do vento forte. No concelho de Alenquer, o Serviço Municipal da Protecção Civil contabilizou mais de 50 ocorrências, a maioria queda de árvores na via pública, desprendimento de materiais e deslocamento de fios e postes.