Sociedade | 07-04-2025 15:00

Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas cativa jovens nas redes sociais e queixa-se da falta de apoio oficial

Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas cativa jovens nas redes sociais e queixa-se da falta de apoio oficial
Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas tem promovido as acções de recolha fazendo uso das redes sociais

A atracção de jovens para a dádiva de sangue tem sido uma das prioridades da Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas desde que António Nobre assumiu a presidência e as novas tecnologias têm sido uma ajuda nessa missão.

A associação depara-se com uma condicionante ao seu trabalho, pois o Instituto Português do Sangue e da Transplantação confronta-se com escassez de profissionais e só garante uma brigada móvel em novos pontos de recolha se for expectável uma adesão a rondar a meia centena de pessoas.

Dar sangue é um gesto simples que não sai do bolso e que pode salvar vidas. As palavras são do dador, André Valentim, de Torres Novas, que participou pela segunda vez, na última terça-feira de Março, na recolha fixa mensal da Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas, que O MIRANTE acompanhou. Foram 36 os que se deslocaram à associação para ajudar a salvar vidas, dos quais três deram sangue pela primeira vez.
Tiago Gomes, 30 anos, também de Torres Novas, foi um dos que deu sangue pela primeira vez. Já tinha vontade de ser dador como os avós, mas por desleixo, conta, não o tinha feito. Ser dador universal motivou-o ainda mais a tirar meia hora do seu dia para dar sangue. Estava um pouco apreensivo, mas a boa disposição dos enfermeiros, vindos de Coimbra, fizeram com que fosse uma dor mínima. O jovem diz ser gratificante saber que pode salvar uma vida e se fosse compatível ao nível da medula óssea não hesitava em doar. Na sua opinião, há cada vez mais jovens a aderir pela informação que circula nas redes sociais, com a indicação da hora e local, e inclusive a divulgar casos de pessoas que procuram um dador compatível. Para Tiago, não há nada como ir e experimentar.
André Valentim, 45 anos, sentiu que estava na hora de dar o seu contributo e no ano passado deu sangue pela primeira vez. No caso dos homens, recebem um SMS de três em três meses para uma nova dádiva, as mulheres de quatro em quatro, e vai tentar manter a regularidade para contribuir para o aumento dos níveis de reservas de sangue. Com profissionais de saúde na família, admite que foi o comodismo que o impediu, até então, de dar o primeiro passo. O filho, de 18 anos, já está sensibilizado e costuma acompanhar os colegas mais velhos quando vão dar sangue.

Escassez de profissionais para acompanhar colheitas
No dia em que se assinalou o Dia Nacional do Dador de Sangue, a 27 de Março, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue apelou ao Governo para que se criem novos incentivos para os dadores e sejam disponibilizados mais profissionais de saúde para responder às solicitações de colheitas. António Nobre, presidente da Associação de Dadores de Sangue de Torres Novas, revela a O MIRANTE que quando pretendem abrir um novo ponto de recolha o Instituto Português do Sangue e da Transplantação pede que haja a expectativa de um mínimo de 50 pessoas a aderir. “Já lá vai o tempo em que se faziam quilómetros e quilómetros para ir salvar uma vida. É tudo uma relação custo-benefício e o instituto faz muito as contas, acredito que também pressionado”, diz.
António Nobre entrou para a associação em 2018 e encontrou-a numa fase “algo parada”. A entrada de novos membros, e jovens, permitiu começarem a trabalhar as redes sociais. Aos sábados, a associação costuma organizar recolhas nos concelhos de Torres Novas, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Golegã e Alcanena; colabora ainda com a Escola Profissional de Torres Novas e desenvolve palestras e acções de sensibilização noutras escolas onde os jovens ainda não podem doar sangue por serem menores. O dirigente não se lembra de nos últimos anos haver uma recolha sem dois ou três novos dadores de primeira vez, mas refere que, infelizmente, o espectro de faixa etária é extremamente elevado, aproximando-se do limite dos 65 anos, quando as pessoas deixam de poder doar. “Com tanta informação, às vezes passa ao lado”, diz sobre os jovens, revelando que a pessoa com mais dádivas é Joaquim Tavares, que já ultrapassa uma centena.
Dar sangue é um gesto altruísta que pode salvar até três vidas, refere o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, explicando que podem dar sangue as pessoas que se encontrem bem de saúde, tenham hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 quilos e idade entre os 18 e os 65 anos.

André Valentim começou a dar sangue no ano passado
Tiago Gomes recebeu um diploma depois de dar sangue pela primeira vez

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