Escuteiros de Salvaterra de Magos são uma escola de vida que vai fazer 60 anos

Agrupamento 68 do Corpo Nacional de Escutas celebra 60 anos em 2025 e continua a ser um pilar fundamental da comunidade local. Escutismo enfrenta vários desafios actualmente para atrair gerações mais jovens.
Os Escuteiros de Salvaterra de Magos são uma das colectividades com maior longevidade na vila, celebrando em 2025 os seus 60 anos de actividade. O grupo continua a ser uma das referências da região, formando jovens através da promoção dos lemas do escutismo e da dinamização de eventos que envolvem a comunidade da vila, apelando ao exercício física e à ajuda ao próximo. Ana Simões é actualmente a chefe do agrupamento a que pertence há 35 anos e que admite ser uma “escola de vida”. A dirigente afirma que o espírito de equipa e cooperação são os principais valores na associação. Entre os desafios actuais, a chefe destaca o aparecimento das tecnologias, explicando que tentam utilizá-las como mais-valia nas actividades. “Tentamos combater, mas acima de tudo adaptar-nos um pouco. Organizamos raids em que fornecemos as coordenadas por telemóvel e acaba por ser uma ajuda para eles”, explica a O MIRANTE.
O grupo foi fundado em 1965, na época por dois membros que chegaram do concelho vizinho, Benavente, aliando-se à paróquia para formar o agrupamento. A ligação à Igreja Católica, promovendo os valores cristãos através de práticas simples é outro dos detalhes sobre a associação. “Quando era mais novo vinha para acampar e aventurar-me, mas à medida que fui crescendo entendi que a igreja tem um papel importante na minha vida”, admite Pedro Duarte, que com 18 anos já leva mais de um década ligado à actividade. O seu colega, Tiago Carrola, da mesma idade, admite que crescer nos escuteiros lhe trouxe mais responsabilidade e autonomia, tendo nos seus planos continuar na actividade.
Desde cedo que António Narciso, mais conhecido como Tozé Narciso, se identificou com a natureza e os valores do escutismo, algo que o levou a juntar-se ao grupo em 1973, apenas oito anos após a fundação. Prosseguiu na colectividade durante os últimos 52 anos, sendo o membro com mais longevidade dentro do “bando”. Considera que o maior desafio para o escutismo actualmente é a atracção das gerações mais jovens. “Existe não só a grande oferta a nível digital, como felizmente também a nível desportivo aqui na nossa localidade”, reflecte. No entanto, o experiente escuteiro afirma convictamente que o escutismo oferece “um mundo diferente”, com aventura, natureza e com o lema de “deixar o mundo sempre melhor do que o que encontramos”. Tozé destaca ainda as vantagens da região para a prática do escutismo, considerando que ser escuteiro no Ribatejo é uma experiência única, dada a riqueza natural da região. A sustentabilidade e ensino de boas práticas ambientais são transmitidos aos mais jovens, através de iniciativas como a Hora do Planeta.
Celebração dos 60 Anos
A preparação para a comemoração dos 60 anos do agrupamento está em andamento, com planos para homenagear todos aqueles que constituem o movimento actualmente, sem esquecer os que fizeram parte da história. Estão previstas várias actividades, incluindo jantares, convívios, arruadas e jogos pela vila, além da presença de agrupamentos convidados. A Caminhada do 68, que se realizou no dia 23 de Março, foi mais um exemplo disso. A iniciativa serviu como angariação de fundos para a viagem que o grupo está a preparar dos seus 55 membros à ilha da Madeira, naquele que será o evento maior da celebração das seis décadas da colectiva.