Vila Franca de Xira quer linha de crédito para pagar estragos da depressão Martinho

Mau tempo provocou, só no concelho de Vila Franca de Xira, 185 ocorrências, sobretudo quedas de árvores por causa do vento forte.
A Câmara de Vila Franca de Xira ainda está a fechar a contabilização total dos danos causados no concelho pela passagem da depressão Martinho – que causou 185 ocorrências numa só noite - e defende que o Governo deve criar uma linha de crédito para ajudar os municípios afectados a dar resposta às necessidades.
No concelho ribatejano o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), avançou que os principais estragos foram verificados nas marinas de Vila Franca de Xira e da Póvoa de Santa Iria, tendo até havido registo de embarcações parcialmente afundadas. “Estamos ainda a apurar os custos dos danos e além das marinas sabemos também que a estrutura e alguma maquinaria das piscinas da Cimpor, geridas pela Euterpe Alhandrense, sofreram estragos, juntamente com instalações dos escuteiros”, relatou.
Segundo o autarca, ainda não houve qualquer indicação do Governo para saber se irá abrir alguma linha de crédito ou apoio do Estado para estas ocorrências. “Mas vamos ter uma reunião com a Área Metropolitana de Lisboa em que falaremos desta matéria”, prometeu. O assunto veio a lume na última reunião de câmara em que o autarca foi questionado sobre os danos existentes no concelho decorrentes da passagem do mau tempo. Fernando Paulo Ferreira garantiu já ter dado indicações para que os trabalhos de reparação avancem o mais depressa possível nos casos que sejam urgentes.
A passagem da depressão Martinho, recorde-se, provocou 185 ocorrências no concelho de Vila Franca de Xira. Registaram-se 97 quedas de árvores, seis quedas de redes de fornecimento eléctrico, sete desabamentos parciais de edifícios, 26 quedas de elementos de construção, 22 quedas de estruturas temporárias ou móveis (sobretudo painéis publicitários) e houve ainda necessidade de proceder a 25 limpezas de via e sinalização de perigo, havendo também registo de dois deslizamentos de encostas. Nas operações estiveram envolvidos 706 operacionais e 214 veículos. Não houve registo de desalojados.